Por 257 votos contra 249, a base governista conseguiu derrubar na noite de ontem (06) o requerimento de urgência para a votação da “PL das fake news” na Câmara dos Deputados, rejeitando a proposta relatada pelo deputado federal Orlando Silva, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB-SP).
Também chamado de “PL da censura”, o projeto de lei sofreu forte resistência antes da votação, com personalidades públicas se manifestando publicamente contra a medida, incluindo a gigante de comunicação Google.
Após a derrota no Plenário, pastores ligados à base de apoio do governo Bolsonaro, como Silas Malafaia e Sóstenes Cavalcante, comemoraram o resultado, diferentemente do pastor e deputado Roberto de Lucena, que votou favorável ao texto, segundo o portal Terra.
“Foram derrotados Arthur Lira, Alexandre de Mores, toda a esquerda e parte da imprensa. SEGURA CAMBADA!”, escreveu Malafaia, se referindo ao presidente da Câmara e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ambos favoráveis ao projeto.
Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, por sinal, Lira teria articulado com o recém-empossado ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria, pela aprovação do “PL das fake news“.
Segundo Jardim, Lira teria perguntado ao ministro a qual presidente ele iria servir: ao da Câmara ou ao da República, numa espécie de pressão traiçoeira contra os interesses do governo Bolsonaro, já que o deputado foi apoiado pelo presidente durante a sua candidatura à presidência da Câmara.
Para o deputado Sóstenes Cavalcante, a rejeição do requerimento significa “vitória da liberdade”, chegando a dizer que o projeto foi sepultado. No entanto, o PL das fake news continuará tramitando na Câmara, agora em comissões especiais.
Se passar pelas comissões, o PL poderá retornar ao Plenário da Casa. A diferença, agora, é que o projeto não será apreciado em caráter de urgência, o que levará tempo, favorecendo o debate público pela rejeição completa da proposta.
Outro voto que causou estranheza, além do voto favorável do pastor Roberto de Lucena, foi o da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também votou pelo “sim” do “PL das fake news“. Em suas redes sociais, porém, a deputada tentou se justificar na manhã desta quinta-feira (07).
“Bom dia! Sempre defendi a LIBERDADE DE EXPRESSÃO. E não há dúvidas que sou extremamente contra a CENSURA! Quanto ao mérito, meu voto é NÃO ao PL 2630”, escreveu a ministra, em aparente contradição.