A comunidade muçulmana nos Estados Unidos está sob intensas críticas após o vazamento de um vídeo em que crianças que frequentam uma escola mantida por grupos religiosos islâmicos cantam sobre decapitar os inimigos do islã, entre outras violências.
As imagens, definidas como “perturbadoras” pela grande mídia nos EUA, mostram alunos muçulmanos da escola Centro Isâmico, mantido pela Sociedade Americana Muçulmana (MAS), cantando e recitando versos em que se dizem prontas para se suicidar em nome do “exército de Alá”.
O Centro Islâmico publicou o vídeo em sua página no Facebook, comemorando o “Ummah Day“, celebração em que crianças usaram lenços palestinos e cantaram e recitaram poesias sobre matar em nome de Alá e pela “mesquita de Al-Aqsa”, em Jerusalém.
O flagra relembra a estratégia usada pelo grupo terrorista Estado Islâmico, que treinou crianças como soldados “para decapitar infiéis“.
O Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio (MEMRI), um grupo de vigilância sobre o extremismo muçulmano, enviou o vídeo à Fox News, e gerou toda a repercussão que agora é notícia ao redor do mundo.
“Estes não são incidentes isolados; estão acontecendo nos principais centros do país – inclusive na Pensilvânia”, disse o MEMRI em um comunicado. No vídeo, traduzido pela equipe do grupo de vigilância, as crianças cantam frases como “a terra da Jornada Noturna do profeta Maomé está nos chamando. Nossa Palestina deve retornar para nós”.
O MEMRI também traduziu um poema que estava sendo lido por uma jovem que elogiava os mártires que sacrificaram suas vidas pela Palestina. “Nossos mártires sacrificaram suas vidas sem hesitação. Eles alcançaram o Paraíso e o cheiro de almíscar emana de seus corpos. Eles competem uns com os outros para alcançar o Paraíso. Será Jerusalém sua capital, ou será um terreno fértil para os covardes?”, dizia o texto lido pela jovem.
Em outro momento, uma segunda menina lê um poema cheio de violência que parecia encorajar a eliminação da presença de Israel ao redor da mesquita de Al-Aqsa, no local chamado Monte do Templo, em Jerusalém. “Vamos defender a terra da orientação divina com nossos corpos, e vamos sacrificar nossas almas sem hesitação”, diz ela. “Cortaremos a cabeça deles [por Alá] e libertaremos a Mesquita de Al-Aqsa, que é dolorosa e exaltada. Iremos liderar o exército de Alá, cumprindo Sua promessa, e vamos submetê-los à tortura eterna”, acrescenta.
A MAS na Filadélfia é ligada à organização que atua em nível nacional nos EUA e também comanda uma filial no Reino Unido. No site da entidade, um editorial aponta que sua missão é “levar as pessoas a lutar pela consciência de Alá, liberdade e justiça, e transmitir o Islã com a maior clareza”, acrescentando que sua visão é “uma sociedade americana justa e virtuosa”.
Diante dos inúmeros casos de antissemitismo nos EUA, a MAS divulgou um comunicado recentemente repudiando o tiroteio em uma sinagoga na Califórnia, quando judeus foram vitimados por radicais: “O ódio não tem lugar na nossa sociedade. Em uma época em que vimos um aumento nos crimes de ódio, incluindo o aumento da islamofobia e do antissemitismo, devemos nos unir em solidariedade”, disse Ayman Hammous, diretor executivo do MAS, no comunicado divulgado na ocasião. “Esses atos de terror em locais de culto e contra a humanidade não podem se tornar a norma”, acrescentou o líder muçulmano.
Sobre a denúncia de doutrinação terrorista, a MAS afirmou não ter ligações com a escola que aparece no vídeo, afirmando que tratava-se de “uma entidade separada que aluga espaço da MAS Philadelphia”.
Entretanto, o portal WND divulgou que um grupo denominado Projeto Investigativo sobre Terrorismo (IPT, na sigla em ingês), descobriu que o nome da escola onde o vídeo foi filmado é MAS Leaders Academy, e foi incorporada pelas mesmas pessoas que fundaram a MAS Filadélfia.
Doutrinação além das crianças
O IPT descobriu que enquanto o MAS Filadélfia existia desde pelo menos 2003, e entrou com novos artigos de incorporação em 25 de abril sob o nome Muslim American Society of Phila Inc. Os dados e registros corporativos da Leaders Academy foram arquivados pela mesma pessoa, um contador chamado Amro Azazi. Além disso, MAS Philadelphia e a escola compartilham o mesmo endereço, e pelo menos dois oficiais, Naser Khatib e Jehad Salem.
O IPT afirmou que tudo isso indica que o MAS está agindo como se tivesse algo a esconder. Junto com o vídeo do “Ummah Day“, a entidade removeu de seus sites de mídia social todos os vídeos da escola em questão, incluindo uma cerimônia de formatura. Além disso, toda a página do MAS Filadélfia no Facebook saiu do ar na quarta-feira.
O ex-secretário-geral do MAS, Shaker Elsayed, reconheceu em 2004 que sua organização foi fundada por membros da Irmandade Muçulmana, entidade que pretende ver a América ser governada pela lei islâmica, ou sharia, e que prega a destruição de Israel.
Em 2007, o FBI apresentou uma lista telefônica pessoal que listava os fundadores do MAS como líderes da Irmandade Muçulmana nos Estados Unidos.