A ativista pró-vida Maria das Dores Hipólito Pires, mais conhecida como Dóris Hipólito, atua silenciosamente no aconselhamento e prevenção do aborto. E durante 23 anos de atividade nas comunidades carentes do Rio de Janeiro, já ajudou evitar 3 mil abortos, salvando vidas.
O envolvimento de Dóris Hipólito com a luta contra o aborto começou quando ela lecionava Geografia e História em uma escola pública, e a direção a incumbiu de aconselhar adolescentes que sofriam as consequências psicológicas depois de abortarem.
Católica, Dóris recorreu aos materiais pró-vida disponibilizados pela paróquia que frequentava e passou a envolver outros moradores da região na missão de orientar jovens adolescentes grávidas que poderiam, no desespero, recorrer ao aborto.
A estratégia de Dóris tem características de guerrilha. Ela vai às “clínicas” que praticam abortos ilegais e aborda as gestantes que estão decididas a interromper a gravidez. Com uma conversa franca e objetiva, fala sobre a possibilidade de futuro e oferece apoio.
Segundo Dóris, muitas mães que procuram abortar são dependentes químicas ou estão sofrendo forte pressão de terceiros para não dar à luz. Os conselhos da ativista pró-vida envolvem a sugestão de que uma mudança de vida em função do bebê pode garantir a elas uma situação mais digna no futuro.
A discreta atuação de Dóris Hipólito ganhou repercussão recentemente fora do Brasil, e a ativista foi tema de uma matéria do site português Aleteia.
Há oito anos, Dóris abandonou o emprego com a aprovação da família e passou a atuar exclusivamente na luta diária contra o aborto. Um dos principais incentivos que recebeu foi ver que a maioria das mulheres ajudadas por ela se tornam voluntárias na missão de orientar e ajudar outras gestantes que consideram a hipótese de abortar.
Desde 2007 ela dirige a Casa de Amparo Pró-Vida, um local que oferece abrigo, conforto e condições para as mães que não têm alternativa. Lá, recebem apoio psicológico e material para cuidar de seus filhos e seguir a vida.
No tempo à frente desse trabalho, Dóris já recebeu ameaças de morte e sofreu com hostilidades de ativistas pró-aborto. Em uma das vezes, uma mulher foi até o local, e após ver as fotos das crianças salvas, esbravejou: “Esta casa nunca deveria ter existido”. Apesar dos percalços, Dóris diz firmar sua fé em Deus e manter o foco em sua missão: “Os poderosos podem me mostrar o seu poder, mas os bebês me mostram o paraíso”.