Viver em um país que ocupa a 7° posição na lista mundial de perseguição religiosa implica em inúmeros riscos, desde sofrer violência física como ser banida de participar de uma disputa internacional de beleza. Essa é a batalha que a Miss Paquistão Erica Robin está enfrentando nesse momento.
A jovem vencedora do concurso de beleza em seu país, agora poderá perder a chance de participar do Miss Universo, o tradicional concurso internacional de beleza que premia as mulheres consideradas mais belas do planeta.
Isso, porque, a vitória de Erica Robin no Paquistão despertou a fúria de grupos islâmicos locais. Ela, que é cristã, obviamente pôde participar do evento em seu país, pois não há nada no cristianismo que proíba esse tipo de premiação.
Contudo, para a comunidade muçulmana local, o concurso de beleza é proibido, e ver uma paquistanesa disputar o Miss Universo seria como trazer escândalo ao país de maioria islâmica.
Intolerância
Mas, de acordo com a organização Bitter Winter, que monitora casos de perseguição religiosa no mundo, o real motivo de Erica Robin estar sendo ameaçada de não participar do Miss Universo, que esse ano ocorrerá em El Salvador, é devido à sua fé cristã.
A organização se baseia em uma manifestação de Mohammad Taqi Usmani, que teria feito declarações sobre a fé cristã de Erica recentemente. A jovem se tornou a primeira a vencer o Miss Paquistão, realizado este ano.
Segundo a Portas Abertas, “além da hostilidade social, os cristãos também experimentam apatia das autoridades que deveriam protegê-los”, o que pode explicar o motivo pelo qual a vitória de uma cristã no Miss nacional, de fato, seja o real motivo de Erica poder não participar do evento internacional.
Isso significa que, caso participe, a jovem poderá sofrer represálias. “A comunidade cristã se sente presa entre os grupos extremistas islâmicos que atuam no país”, diz a organização. “Os cristãos se sentem vulneráveis sem uma autoridade de confiança para proteger seus direitos.”