Na Inglaterra, uma improvável aliança entre cristãos, secularistas e ativistas gays está lutando pelo direito de liberdade de expressão.
O ativista homossexual Peter Tatchell se juntou a Simon Calvert do Instituto Cristão e Keith Porteous Wood da Sociedade Secular Nacional para reivindicar a reforma do Artigo 5 º da Lei de Ordem Pública de 1986, que proíbe “palavras e comportamentos insultuosos”.
Eles alegam que o artigo proíbe a liberdade de expressão de forma perigosa e pedem que a designação “insultuosa” seja retirada. O slogan da campanha é “Sinta-se livre para me insultar”.
Tatchell foi preso em um protesto sobre o tratamento dado pelo Irã aos homossexuais. No protesto, eram usados cartazes com os dizeres ”Você sabe se seu cavalo é gay?”.
A mesma pergunta foi feita por um estudante de Oxford a um policial, o que resultou em sua prisão sob a acusação de homofobia, com base no Artigo 5º. O estudante foi depois liberado depois que o Ministério Público abandonou o caso.
Os cristãos no país também vem sendo restringidos pelo Artigo 5º. Jamie Murray, proprietário de um café foi advertido que poderia estar violando a norma por exibir versículos bíblicos em seu estabelecimento comercial.
Ben e Sharon Vogelecnzang, cristãos e proprietários de hotéis foram intepelados por violarem o referido artigo depois de uma discussão com um hóspede muçulmano durante o café da manhã.
O caso acabou por ser por ser abandonado pelo um juiz do distrito, mas o processo judicial teve consequências devastadoras para os negócios do casal, que sofreu com a queda de 80% na frequência de hóspedes em seu hotel.
Os grupos que se mobilizam contra o Artigo 5º dizem que a a lei é pouco clara e leva a prisões aleatórias. Um estudante chegou a ser detido por levar um cartaz em que dizia que a “Cientologia é uma seita perigosa”.
Segundo o The Telegraph, a campanha ganhou o apoio do ex-ministro do interior David Davis, que alegou que a lei estava causando “um terrível efeito para a democracia”. Ele ainda defendeu que a revogação da lei é de “vital importância para a liberdade de expressão atualmente na Grã Bretanha”.
Ele questionou que a decisão sobre o que é um insulto ou ou não é muito questionável. “Quem decide sobre o que é um insulto? A polícia? Um juiz? A verdade é que o Artigo 5º tem um efeito terrível sobre a democracia atualmente”, concluiu.
Redação Gospel+