O bispo e senador Marcelo Crivella (PRB) comemorou a vitória nas eleições no Bangu Atlético Clube, zona oeste do Rio de Janeiro, e durante um discurso de oito minutos, fez menção a Deus em seis momentos.
Crivella cumprimentou o adversário, Marcelo Freixo (PSOL), parabenizando-o “por toda sua luta”, mas destacou seus planos para a administração da cidade até 2020, dizendo que sonha construir a cidade perfeita.
“Eu tenho certeza que nesses quatro anos de governo a gente vai construir o Rio de Janeiro dos nossos sonhos. Agradeço demoradamente a minha família querida e aos meus companheiros que estavam ao meu lado no primeiro e segundo turno fazendo que essa vitória fosse possível. E graças a Deus por isso, ninguém vence sozinho, aquele que se elege é apenas um representante de todos os que lutaram juntos para que o nosso projeto pudesse alcançar a votação”, disse o bispo da Universal licenciado, logo no início do seu discurso, de acordo com informações do Uol.
Em resposta às acusações de seus adversários, que diziam que se fosse eleito, o bispo iria misturar interesses religiosos e políticos, Crivella frisou que o apoio de adeptos de outras religiões foi essencial: “Quero também agradecer a toda Igreja Católica que nos apoiou, vencendo uma onda enorme de preconceito que surgiu na campanha e de uma mídia facciosa. Umbandista, kardecista, aos que não têm religião, aos agnósticos e aos ateus. Nós não podemos jamais cair na armadilha da praga maldita da vingança. Eu agradeço a Deus porque estou cercado de pessoas que vão olhar para frente”, disse.
A menção à Igreja Católica no discurso de vitória tem uma importância simbólica fortíssima, já que a Igreja Universal do Reino de Deus – da qual Crivella é bispo licenciado – sempre a acusou de perseguição religiosa e culpou pela prisão do bispo Edir Macedo, em 1992.
Dizendo-se pronto, Crivella disse confiar que fará um mandato abençoado: “Quero terminar como comecei, agradecendo muito a Deus, por cada um de vocês, por termos vencido esta eleição, pela certeza, que eu sei, que Ele estará ao meu lado e ao lado dos meus companheiros que vão governar comigo para nós cumprirmos a nossa missão com honradez”, disse, acompanhado dos deputados federais Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Clarissa Garotinho (PR-RJ) e os candidatos derrotados no primeiro turno Carlos Osorio (PSDB) e Índio da Costa (PSD).
O prefeito eleito fez questão de pregar honestidade com o trato da coisa pública ao final de seu discurso: “Eu peço a Deus que nenhum de nós, ao terminar esses quatro anos de mandato, tenha um centavo a mais do que temos hoje, mas que ao final desses quatro anos de mandato não existam no Rio de Janeiro tantas pessoas na fila de hospitais, tantas crianças sem creche, sem ir para escola, tantas casas sem água e sem esgoto, tantas comunidades carentes em péssimo estado de conservação e urbanização”, concluiu o senador, que deverá renunciar ao mandato legislativo até o final do ano.