O bispo e senador Marcelo Crivella (PRB) foi eleito prefeito do Rio de Janeiro neste domingo, 30 de outubro, derrotando o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Crivella obteve 59,36% dos votos, contra 40,64% de Freixo, conquistando a vitória em uma disputa marcada por posturas políticas exatamente opostas dos candidatos.
Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus – denominação fundada pelo bispo Edir Macedo, proprietário da TV Record – Marcelo Crivella enfrentou marcação cerrada da imprensa, principalmente dos veículos do Grupo Globo.
Analistas políticos e jornalistas, em certa medida, tratavam o esquerdista Freixo de forma mais amistosa. Aliados de Crivella, assim como o próprio candidato, chegaram a protestar publicamente sobre essa situação. Em uma passeata, ao ser entrevistado por um repórter da TV Globo, Crivella pediu que o RJTV – telejornal local da emissora – fosse isento em suas matérias sobre a disputa.
O capítulo mais acontuado dessa má vontade da mídia com o candidato evangélico foi matcado por uma ação da revista Veja, que no final de semana anterior ao segundo turno, publicou uma edição com capa especial para a Cidade Maravilhosa, com a foto de Crivella sendo fichado na Polícia, em 1990, sugerindo que o, à época pastor, havia cometido crime e tentava esconder o fato.
A Justiça Eleitoral considerou que a Veja faltou com a verdade e concedeu direito de resposta a Crivella, que deverá expor sua versão sobre os fatos em espaço semelhante.
A vitória de Crivella pode ser vista como um degrau importante conquistado pelo projeto político da Universal, que vem se consolidando ao longo dos últimos anos paripasso à sua expansão enquanto denominação, movida pela construção de megatemplos e adoção de simbologias do judaísmo, em um movimento endossado pelas novelas de temática bíblica, focadas no Velho Testamento, veiculadas pela Record.