O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) discursou durante um culto da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) no último domingo e justificou suas escolhas à frente da Casa Legislativa dizendo que a maioria no Brasil é conservadora.
Evangélico, Cunha recentemente trocou a Igreja Sara Nossa Terra pela Assembleia de Deus Madureira, e recebeu apoio do pastor Silas Malafaia durante a campanha pela presidência da Câmara.
Assim que tomou posse, Cunha disse que não daria andamento a projetos que visam a legalização do aborto, reativou o projeto que cria do Dia do Orgulho Hetero e despertou a ira de militantes esquerdistas por suas posições conservadoras.
No culto da ADVEC, Cunha se referiu aos ativistas gays que protestaram contra ele como “minoria”, e ironizou a imprensa por dar maior espaço a eles: “Acham que a minha presença lá [como presidente da Câmara] significa a presença do conservadorismo”.
De acordo com a Folha de S. Paulo, Cunha disse que seu mandato será o de atenção à vontade da maioria da sociedade: “Não sou eu que não vou deixar a pauta progressista andar, não sou eu que sou conservador. A maioria da sociedade pensa conforme nós pensamos. É só deixar que a maioria seja exercida, e não a minoria”, pontuou.
O deputado disse ainda que seu mandato à frente da Câmara será para restaurar a “harmonia e o equilíbrio” da relação entre o Poder Legislativo e o governo. “É dessa forma que vamos enfrentar. Temos disposição, sim, e não vamos tergiversar com as nossas posições nunca. Sempre estaremos lá para, acima de tudo, que nossos princípios sejam levantados e defendidos. E é isso que nós vamos fazer”, frisou.
Polêmica
A eleição de Cunha foi considerada uma derrota da presidente Dilma Rousseff (PT), pois o parlamentar peemedebista é conhecido por dificultar as negociações políticas com o governo.
Uma de suas promessas de campanha aos outros 512 deputados era o aumento dos privilégios, e assim que pôde, Cunha anunciou que estenderia o benefício das passagens aéreas aos cônjuges dos parlamentares.
O anúncio foi amplamente criticado na imprensa e nas redes sociais, e o deputado resolveu recuar e disse que a medida havia sido cancelada.