A postura dos veículos da grande mídia em relação à ministra Damares Alves, ridicularizando-a durante os primeiros três meses do governo Bolsonaro, pode ter colocado em risco a segurança de pessoas que estão no programa de proteção à testemunha da pasta de Direitos Humanos.
A avaliação foi feita pela própria Damares Alves durante uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara dos Deputados, na última terça-feira, 16 de abril.
Em resposta ao deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), 2° vice-presidente da Comissão, a pastora afirmou que a ridicularização a que foi exposta devido ao seu relato do encontro com Jesus na goiabeira pode ter causado danos colaterais não mensurados pela parte da imprensa que se dedicou a tachá-la como “louca”.
“Não foi fácil, deputado. Não foi nada fácil. Não tem sido fácil. Os autores e agentes dessa ridicularização vêm de todos os segmentos, inclusive do Parlamento. Inclusive parlamentares que me conheceram no passado, e estavam aqui nos corredores comigo. Não se pouparam em ridicularizar, agredir…”, disse Damares Alves, referindo-se à sua atuação como assessora parlamentar até o final do último ano.
“Enquanto estão ridicularizando a mulher, a Damares, a pastora, isso não estava me preocupando. Começou me preocupar quando passaram para o Brasil a ideia de que esse ministério tinha uma ministra maluca, quando isso começou alcançar as atividades do ministério”, contextualizou a ministra.
Segundo Damares Alves, a postura da grande mídia pode ter colocado em risco as pessoas que colaboram com o ministério sob promessa de proteção: “Eu fiz uma conversa com a imprensa, chamei alguns grandes órgãos de imprensa para falar comigo, pelo seguinte [motivo]: tenho no ministério mais de 800 pessoas protegidas pelo programa de proteção à testemunha. Já pensou esse protegido por mim ouvir lá na base que a ministra é louca, maluca? A instabilidade que a imprensa tava causando naquele protegido?”, questionou.
“Eu tenho lá no nosso ministério o Disque 100. Está comigo. Já pensou a pessoa que está no desespero, quer ligar para o Disque 100, ou para o Ligue 180, fala ‘não vou ligar porque essa ministra é maluca’? Então, a irresponsabilidade da imprensa em querer mostrar para o Brasil – e aqui não vou dizer toda a imprensa – que esta ministra é maluca pode, com certeza, ter colocado vidas em risco”, acrescentou.
Damares Alves, ao final, aproveitou para dizer qual é sua obsessão: “Foi um desafio para mim conversar com a mídia e dizer ‘Parem, por favor. Vidas poderão ser alcançadas com essa campanha desenfreada de dizer que eu sou louca’. E vou dizer para vocês: eu sou louca… pelas crianças do meu país. Eu sou louca pelos povos tradicionais da minha nação. Que isso fique claro”.
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