A disputa pela manutenção da legalização do aborto nos Estados Unidos vem assumindo proporções que ultrapassam a esfera da legalidade. Isso, porque, defensores da morte de bebês no útero materno, como um “direito de escolha”, já passaram a fazer ameaças até mesmo contra ministros pró-vida da Suprema Corte do país.
Para isso, os pró-aborto estão incitando a militância a se dirigir aos locais frequentados pelos ministros e seus familiares, incluindo os filhos. Uma das juízas que passou a ser atacada neste sentido é Amy Coney Barrett, considerada conservadora, indicada pelo ex-presidente Donald Trump para o Supremo em 2020.
Em 2020, ao ser sabatinada no Senado americano sobre temas como o aborto, Barrett disse que um juiz do Supremo não poderia agir aleatoriamente, impondo a sua vontade. Ela, contudo, deu a entender que uma ação judicial movida com essa finalidade poderá mudar a situação.
“Os juízes não podem simplesmente acordar um dia e dizer: ‘Tenho uma agenda. Eu gosto de armas. Eu odeio armas. Eu gosto de aborto. Eu odeio o aborto’, e entrar como uma rainha real e impor sua vontade ao mundo”, disse ela na ocasião. “É preciso esperar casos e controvérsias, que é a linguagem da Constituição, para abrir caminho no processo.”
É justamente o que os juízes da Suprema Corte Americana vêm enfrentando agora, ao precisarem se posicionar sobre a controvérsia lei conhecida como Roe vs Wade, responsável pela legalização do aborto no país nos anos 1970, a qual está sendo questionada atualmente.
Como um documento vazado à imprensa indica que os ministros já formaram maioria pela derrubada da lei Roe vs Wade, os defensores do aborto como escolha iniciaram uma campanha frenética e agressiva nos Estados Unidos, a fim de pressionar os magistrados conservadores, como Barrett.
Um grupo pró-aborto, por exemplo, chamado Ruth Sent Us, fez a seguinte publicação no Twitter, sobre a ministra conservadora, incluindo fotos da magistrada e detalhes sobre a sua rotina social:
“Se você estiver na área metropolitana de DC, junte-se a nós. Nossos protestos na casa de Barrett moveram a agulha para esta cobertura. Falls Church é uma fortaleza People of Praise. Ela envia seus sete filhos para a escola People of Praise para a qual ela fez parte do Conselho de Administração. Ela frequenta a igreja DIARIAMENTE”.
Apesar da evidente tentativa de intimidação e ameaça, incluindo um suposto plano para assassinar um outro juiz do Supremo, os magistrados da mais alta Corte americana estão se mantendo firmes na intenção de revogar a legalização do aborto no país, em nível federal.