A história de superação da dependência química é sempre emocionante. Diversos fatores contribuem para que uma pessoa faça o uso abusivo de drogas, entre eles está a influência cultural e social, através dos relacionamentos com amigos e parentes. Esse foi o caso de Eliene, uma ex-usuária de crack que contou o seu testemunho em uma importante mídia neste final de semana.
“Eu conheci as drogas quando eu tinha 10 anos. Lembro de querer ser popular na escola e, por isso, imitar algumas meninas de quem eu gostava. Na segunda série do antigo ginásio fiz amizade com uma garota da sexta série. Tudo o que ela fazia, eu imitava – ela tinha tantos amigos!”, disse ela, ao lembrar de como tudo começou.
O desejo de imitar sua amiga e se sentir parte do grupo, fez com que Eliene iniciasse a sua dependência química: “Se ela fumava cigarro, eu também fumava. Se ela bebia, eu também bebia. Ela fumou maconha, eu fiz o mesmo. Quando vi, já estava nas drogas”, disse.
Aos 15 anos Eliene conheceu o crack e para sustentar seu vício começou a se prostituir nas ruas. Ela fugiu de casa e pouco tempo depois foi parar na Cracolândia, em São Paulo, região apelidada com esse nome devido a grande concentração de usuários de crack, venda de drogas e prostituição.
“A minha lembrança de lá é de ficar dias sem dormir, usando a pedra. Quando conseguia dormir, eu acordava com a sensação de que alguém tinha abusado sexualmente de mim”, contou. “Cheguei a ser presa por roubar. Fiquei um ano na cadeia e voltei para a Cracolândia. Eu era um lixo humano”.
Cristolândia: Um lugar de recomeço
Eliene conta que aos 27 anos, em 2011 conheceu a Cristolândia através de um dos voluntários que ajudam o projeto mantido pela Convenção Batista Brasileira e a Junta de Missões Nacionais da entidade. “Tinha um rapaz lá, um missionário, que todo dia me dizia que a vida podia mudar”, disse ela, explicando que no começo só queria tomar o café e o banho que era oferecido.
Em 2012, após uma ação policial na Cracolândia, Eliene resolveu buscar ajuda na Cristolândia. Ela passou dois anos em tratamento contra a dependência química. “Nunca tive uma recaída”, contou ela.
“Voltei a estudar e arranjei um namorado, o rapaz do projeto que me incentivou a me tratar. Em 2015, quando acabou meu tratamento, nos casamos e fizemos uma passeata na Cracolândia. Foi lindo!”, lembra.
A vida que estava destruída, Deus resgatou através do trabalho missionário feito na Cristolândia, todo baseado na fé em Jesus Cristo como fonte da verdadeira libertação das dependências humanas. O que era motivo de choro na vida de Eliene se transformou em testemunho de vida:
“Todos os usuários que nos conheciam dali [na Cracolândia], puderam ver que é possível sair das drogas e ter uma vida diferente, uma vida saudável. Já faz 6 anos que estou livre das drogas. Hoje eu cuido de dependentes químicos”, disse ela, segundo informações do portal UOL.