A perseguição religiosa sofrida por vários cristãos em países de maioria muçulmana é descomunal. Além de pressões por conta de leis autoritárias que proíbem a liberdade religiosa, a violência praticada contra os seguidores de Jesus Cristo, vinda não apenas de autoridades religiosas, mas também da população, marca um cenário de terror e pânico em que os fiéis ao evangelho precisam conviver diariamente.
Recentemente a organização Portas Abertas, que monitora o nível de perseguição religiosa aos cristãos no mundo e presta auxílio às suas vítimas, divulgou mais uma caso estarrecedor de intolerância religiosa, o corrido no Turcomenistão, um país localizado na Ásia Central.
Um homem chamado Akhmad, cujo nome verdadeiro foi omitido por razões de segurança, teve um dos seus membros mutilado, simplesmente porque foi descoberto lendo a Bíblia Sagrada em sua casa. Como se não bastasse o ato brutal por si mesmo, também lhe foi confiscada a Bíblia.
A situação fica ainda mais chocante quando sabemos que a violência foi praticada por um Policial, alguém que, ao menos teoricamente, deveria garantir o cumprimento das leis no país, que autorizam a leitura da Bíblia, desde que seja feita em casa. “A perseguição é severa e a nação está na 19º colocação na Lista Mundial da Perseguição 2018”, destaca a Portas Abertas.
89% da população no Turcomenistão é muçulmana, segundo a CIA World Factbook. Todavia, por quase 70 anos o país pertenceu ao antigo bloco da União Soviética, onde o ateísmo era predominante. A prevalência atual do islamismo na região se deve aos missionários islâmicos que atuaram fortemente no país após a queda do regime comunista.
Akhmad era muçulmano, mas se converteu ao cristianismo, sendo parte dos 9% da população cristã ortodoxa. No país não há liberdade religiosa. Assim como na China, Cuba, Vietnã ou Coreia do Norte, países dominados pelo regime comunista, as poucas igrejas permitidas são monitoradas e alinhadas com a ideologia do regime.
Na prática, os cristãos em geral se reúnem secretamente e frequentemente são intimados à prestar esclarecimentos, ou mesmo presos e torturados quando são descobertos fazendo reuniões “suspeitas” em casa. Um grupo que se reuniu para cultuar ao Senhor, por exemplo, foi surpreendido no Turcomenistão e levado para “esclarecer as circunstâncias” na delegacia:
“Após o questionamento, todos foram libertados, mas parentes muçulmanos de alguns membros agora tornaram-se agressivos pois descobriram a nova fé dos cristãos. Os membros dessa igreja estão sob vigilância rigorosa da polícia”, denuncia a Portas Abertas.