A agressão verbal da deputada estadual Mônica Seixas (PSOL) contra a vereadora evangélica Sonaira Fernandes (PL) resultou em punição da Assembleia Legislativa de São Paulo contra a parlamentar de esquerda.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) votou na última terça-feira, 04 de junho, uma representação contra Mônica que a acusava de quebra de decoro parlamentar. Os membros da comissão decidiram aplicar uma disciplinar contra a psolista, que sofrerá “censura verbal” na Casa.
O imbróglio começou quando Sonaira Fernandes – à época secretária estadual de Políticas para a Mulher – foi à Alesp participar de uma audiência. Na ocasião, Mônica Seixas criticou sua nomeação ao cargo afirmando que a evangélica era um “token”, uma forma pejorativa de alegar que sua presença no governo do estado é meramente figurativa e usada como falsa representação de um grupo social.
“Ela declarou aqui, muitas vezes, que está neste lugar, porque assim o deseja. E a gente também sabe que mulheres e negros que são usados como token para atrasar a luta das mulheres e a luta de negros e negras também está (sic) nesse lugar, muitas vezes, porque querem, então me solidarizo a todos que são vítimas da ausência do Estado por conta da imobilização que a gente sofre nessa pauta, nesse momento no estado”, afirmou na ocasião a deputada do PSOL.
A deputada Valéria Bolsonaro (PL) abriu queixa no Conselho de Ética contra Mônica por crimes de injúria e difamação, e a representação foi aceita em outubro do ano passado. Em fevereiro, o parecer contra a parlamentar feminista foi aprovado, e agora a punição foi definida, embora seja considerada apenas simbólica.
Os militantes do PSOL têm agido de forma a intimidar Sonaira Fernandes em sua atuação na política paulista. Em abril, após retornar a seu cargo como vereadora, ela participou de uma audiência na Câmara Municipal de São Paulo sobre a privatização da Sabesp, e foi alvo de ataques por parte da vereadora Elaine Mineiro (PSOL), que tentou impedi-la de discursar.
Na mesma audiência, um militante do partido de Guilherme Boulos foi detido após agir de forma hostil, com gritos e tapas na mesa da audiência, enquanto se dirigia a Sonaira.