A Câmara dos Deputados realizou ontem a votação para definir se o presidente Michel Temer (PMDB) seria investigado pelas acusações de corrupção, e durante a votação, nominal, um deputado evangélico protestou contra a TV Globo e teve o microfone cortado.
O deputado federal Professor Victório Galli (PSC-MT) estava no meio de sua justificativa para o voto a favor da suspensão da investigação contra Michel Temer quando afirmou que, dentre outras coisas, seu voto era embasado no repúdio à apologia que a emissora faz à ideologia de gênero, uma polêmica que tomou conta do país nas últimas semanas.
“Senhor presidente, sou a favor de que todo acusado seja investigado. Pela recuperação da nossa economia, de mais emprego para o País, e contra a Globo [áudio cortado]”, afirmou, enquanto era possível ler em seus lábios a palavra “lixo”. A sessão estava sendo transmitida por diversas emissoras, incluindo a própria Globo.
Na sequência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), exigiu que Galli dissesse como votaria, e o parlamentar da bancada evangélica concluiu sua frase: “Globo lixo, que está destruindo a nossa família, as nossas crianças. E se o PT vai pra esquerda, eu tô pra direita. O meu voto é sim!”, afirmou, juntando-se aos outros 250 que votaram a favor de Temer.
Rodrigo Maia cortou o áudio dos parlamentares frequentemente, numa condução da votação que tentou fazer a sessão ser mais curta do que, por exemplo, no caso do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), foi bastante generoso em relação ao tempo de discurso dos parlamentares.
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