Um dos poucos oposicionistas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) dentro da bancada evangélica, o deputado federal e pastor Sargento Isidório simulou um tiroteio na Câmara dos Deputados para protestar contra o decreto que flexibiliza o porte de armas para colecionadores, caçadores e atiradores esportivos.
Isidorio (Avante-BA) protagonizou, na tarde da última quinta-feira, 09 de maio, uma verdadeira performance contra Bolsonaro, simulando um tiroteio em que ele mesmo seria uma das vítimas fatais do confronto. O outro homem que “trocou tiros” com o pastor na encenação é um de seus assessores parlamentares e não teve seu nome divulgado.
Chamativo, o protesto virou assunto na imprensa. No ato, o deputado se jogou no chão quando fingiu que havia levado um tiro. Suas roupas, assim como as do assessor, ficaram repletas de manchas que simulavam sangue. Os dois seguravam simulacros de armas de fogo.
O discurso do deputado contra o decreto assinado por Bolsonaro foi feito com ele ainda deitado no chão. Isidorio afirmou que o Brasil não é igual aos Estados Unidos e que armar a população será um “inferno”. Em um dos cartazes espalhados ao chão, o deputado pergunta: “Derramar sangue, é isso que o governo quer?”
“Não é essa nação que queremos, nós não somos os EUA. Não somos americanos, somos cidadãos brasileiros, que queremos a paz”, defendeu o deputado. “Agora, vai estar todo mundo armado ali dentro, imagine o inferno que será essa nação, com todos os políticos armados, imagine a discussão da Reforma da Previdência, se por chamar o ministro de tchutchuca terminou daquele jeito… Imagine todo mundo armado”, continuou, descontextualizando o decreto e as condições descritas no texto da medida assinada por Bolsonaro.
“Queremos um Brasil com educação. Com bandidos e marginais presos e aprendendo profissão, transformar os presídios em escolas agrícolas. Tirar os presídios dos centros urbanos e levá-los para onde tem terras agricultáveis”, disse o deputado. “Os presidiários todos têm vontade de aprender uma profissão, estudar. Ao invés de matar, é bem melhor colocar para aprender uma profissão. Não existe pena de morte na nação”, acrescentou.
A segurança da Câmara dos Deputados interferiu na performance espalhafatosa do deputado e pediu que Isidório encerrasse o protesto. Segundo os parlamentares, os seguranças temiam que o ato fosse confundido com um atentado real e causasse confusão no Congresso, segundo informações do portal Último Segundo.