O templo da Igreja Evangélica Luterana de São Paulo, inaugurado em 1908, teve grande parte de sua estrutura destruída na madrugada da última terça-feira, 01 de maio, quando o prédio vizinho desabou após um incêndio de grandes proporções.
O edifício, assim como o templo, eram tombados como Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental. O primeiro estava ocupado irregularmente por integrantes de movimentos populares, e o segundo vinha em fase final de restauração da parte interna, incluindo vitrais.
“Praticamente sobrou o altar e a torre da igreja. Uma parte da história de São Paulo se foi”, afirmou o pastor Frederico Carlos, da Igreja Evangélica Luterana, em entrevista à TV Globo. Os escombros do edifício de 26 andares derrubaram o teto e uma das paredes laterais.
De acordo com informações do G1, o templo luterano é o primeiro em estilo arquitetônico neogótico construído em São Paulo, e os vitrais eram da oficina do mesmo vitralista do Mercadão e do Teatro Municipal. Além disso, o local também possuía um órgão de tubos alemão centenário.
“Todo o telhado da igreja foi comprometido, o forro de madeira original de 1908, a parede direita com vitrais que foram confeccionados por um dos maiores vitralistas do Brasil. Foram preciosidades artísticas que se perderam. 80% no mínimo do prédio [foi atingido]. Não sei como está o órgão de 1000 tubos, da mesma idade da igreja”, disse o pastor Frederico Carlos ao telejornal Bom Dia Brasil.
O pastor relatou que viu o momento em que o edifício – construído na década de 1960 e que já havia sido sede da Polícia Federal – desabou: “Eu vi aquele prédio cair, mas agora que estou vendo a dimensão do estrago pela televisão. Mas o estrago material, claro que nos preocupamos, mas o maior problema é a vida, são as pessoas. Uma tragédia anunciada, sempre se falava do risco que corria esse prédio”, lamentou.
Cristolândia
O templo que foi praticamente destruído fica na região chamada de “centro velho da capital” – que é formada em sua grande parte por edifícios históricos e com alto valor arquitetônico e histórico – e vizinha da área onde surgiu a cracolândia.
A equipe do projeto Cristolândia, que faz um trabalho de apoio aos dependentes químicos, se mobilizou para ajudar as pessoas que conseguiram sair do prédio antes do desabamento. “Estamos ajudando. Eles [moradores do prédio que desabou] estão agrupados”, disse um dos líderes do projeto, referindo-se ao Largo do Paissandu, onde foi montado um posto da prefeitura para cadastrar os desabrigados.
“Algumas doações de roupas estão chegando. Nesse momento não há muito para ser feito. Eles não querem sair da região, com medo de que, os que ficarem, receberem algum tipo de assistência, e se eles se moverem para outros lados, não receberem”, acrescentou.
O pastor Luiz Roberto Silvado, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), compartilhou o vídeo em sua página no Facebook e incentivou os fiéis à solidariedade: “Contribua e ore por todos envolvidos nesta tragédia e pelos que estão ajudando!”.