O movimento de cristãos frustrados ou insatisfeitos com a maneira como as igrejas evangélicas se comportam ou priorizam ações, chamado desigrejados, vem crescendo e uma pesquisa mostrou que o fenômeno é real.
A ideia inicial que o termo causa é de abandono da fé, mas um estudo realizado pelo instituto cristão Barna Group, dedicado a pesquisas sobre a presença cristã na sociedade mostrou que essas pessoas continuam fiéis às Escrituras e seguindo a Jesus.
De acordo com informações do portal The Christian Post, a pesquisa abordou questões como fé e espiritualidade fora da igreja, sobre o “fascinante segmento da população que afirma que ‘ama Jesus, mas não vai à a igreja”.
O universo pesquisado pelo Barna Group se limitou aos Estados Unidos, e chegou à conclusão de que 10% dos americanos se autoidentificam como “cristãos que concordam fortemente que sua fé religiosa é muito importante em sua vida”, mas são “desigrejados”.
Esse exército de cristãos que foram membros ativos de igrejas no passado e deixaram de frequentar cultos e participar de atividades há pelo menos seis meses cresceu mais de 40% desde 2004, passando de 7% para os atuais 10%.
O perfil desses cristãos insatisfeitos mostra que o fênomeno dos desigrejados é abrangente: mais de 60% desses cristãos são mulheres, e 80% são adultos com idades 33 e 70 anos. “Este grupo também parece ser predominantemente branco (63%) e concentrado nas regiões Sul (33%), Centro-Oeste (30%) e Oeste (25%) dos EUA, sendo muito poucos provenientes do Nordeste (13%)”.
O relatório da pesquisa tenta apontar, para as igrejas, formas de compreender o que abastece esse movimento: “Este grupo representa uma importante e crescente via de ministério para as igrejas”, diz Roxanne Stone, editora-chefe do Barna Group.
“Particularmente se você mora em uma área maior do país, é mais do que provável que você tenha um número significativo desses ‘desigrejados’ em seus bairros. Eles ainda amam a Jesus, ainda acreditam nas Escrituras e na maioria dos princípios de sua fé cristã. Mas eles perderam a alegria de estar na Igreja”, acrescentou Stone.
O ponto mais chamativo da pesquisa é que a ampla maioria dos desigrejados mantém uma visão positiva da religião, afirmando serem pessoas “espirituais, mas não religiosas”.
“Ao contrário dos cristãos praticantes, essa espiritualidade é profundamente pessoal – até mesmo privada – com muitos preferindo manter as coisas espirituais para si mesmos: apenas dois em cada cinco (18%) dizem frequentemente conversar com seus amigos sobre assuntos espirituais”, acrescentou o relatório.
A pesquis foi realizada entre os dias 04 e 15 de novembro passado, com 1.281 adultos de todas as regiões dos Estados Unidos, nos 50 estados do país, via internet. A margem de erro do estudo é de 2,9 pontos percentuais, com o nível de confiança de 95%.