A identificação de suspeitos pelo ataque à sede do grupo de humor Porta dos Fundos desfez a premissa usada por muitos militantes de esquerda de que o caso se tratava de um gesto de extremismo religioso evangélico. O pastor Renato Vargens cobrou um pedido público de desculpas por parte de quem se apressou em acusar.
“Como se imaginava os envolvidos não são evangélicos. […] Penso que aqueles que vieram a público acusando os cristãos de responsáveis por esse crime, deveriam também publicamente pedir desculpas por suas ilações preconceituosas”, escreveu o pastor, num breve artigo.
“Chamar os evangélicos de terroristas é um absurdo, visto que cristãos verdadeiros não agem de forma vingativa”, acrescentou o pastor, no texto publicado pelo portal Pleno News.
Até agora, apenas Eduardo Fauzi, 41 anos, empresário, foi identificado como participante do ataque à sede do Porta dos Fundos. O Ministério das Relações Exteriores informou que pediu à Rússia que o extradite, já que há um mandado de prisão contra ele no Brasil. Ele fugiu para o país um dia antes que a Justiça autorizasse sua detenção.
Antes, Vargens já havia se posicionado sobre o assunto, respondendo à provocação feita por Fabio Porchat em um artigo publicado no jornal O Globo. Na ocasião, o humorista afirmou que “com religião se brinca, sim”.
O líder evangélico reformado pontuou que há limites para tudo: “Defendo a liberdade de expressão, afinal de contas, graças a Deus, vivemos num Estado democrático de Direito. Contudo, o grupo Porta dos Fundos ultrapassou o limite da liberdade promovendo o achincalhe da fé cristã. […] O que Porta dos Fundos fez foi disseminar de forma intolerante e insaciável a ridicularização do cristianismo e seus adeptos”, avaliou.
O pastor e escritor também afirmou que Porchat e seus companheiros de humor usaram “da liberdade que temos para atacar milhões de brasileiros zombando e ridicularizando da fé que move tanto evangélicos como católicos”.
“Na verdade, esses senhores, que se dizem defensores dos valores democráticos, estão sendo movidos por um progressismo maligno, que visa a instalação do caos moral onde a ausência de valores cristãos é sine qua non à criação de uma sociedade efetivamente anticristã. Para tanto, os ‘comediantes militantes’ defendem uma agenda absorta em relativismo que tenta a todo custo desconstruir os valores judaico-cristãos da sociedade ocidental”, concluiu o pastor.