O Dia das Mães é uma data que, atualmente, tem uma abordagem bastante comercial, com foco em compras, presentes e homenagens. No entanto, o surgimento dessa data tem uma história de bastante proximidade com a fé.
A jornalista Antonia Blumberg publicou um artigo no Huffington Post com um relato bastante sucinto da origem do Dia das Mães, e afirmou que “a única coisa melhor que o Dia das Mães é a sua história feminista radical rica em valores religiosos”.
De acordo com Antonia, o Dia das Mães “é o resultado de anos de ativismo das mulheres, que coincidiu com outros movimentos de mulheres – como o sufrágio das mulheres e movimentos sindicais – em torno da virada do século 20”.
À época, ativistas femininas lutavam para organizar as mães em clubes que lutavam para ajudar a melhorar a saúde e o saneamento através de campanhas de conscientização. Uma das principais ativistas, a poetisa Julia Ward Howe, publicou um poema intitulado “A Proclamação do Dia das Mães”, que convocava as mulheres a lutarem por seus direitos.
“Digam com firmeza: ‘Não teremos grandes questões decididas pelos órgãos irrelevantes. Nossos maridos não chegarao a nós, fedendo […]Nossos filhos não serão tirados de nós para desaprender tudo o que temos sido capazes de ensiná-los, como caridade, misericórdia e paciência”, dizia trecho do poema, em protesto ao tratamento que as mulheres recebiam da sociedade.
Antonia ressalta que a também ativista Ann Reeves Jarvis se destacou por, além de defender o interesse das mulheres, ser uma entusiasta da paz nos anos de guerra civil: “Jarvis tratava soldados feridos e depois da guerra se dedicou á sua fé, através do ensino da Escola Dominical nas últimas décadas de sua vida. Sua filha, Anna, disse que lembrava de ouvir sua mãe ensinando na escola dominical e guardou uma oração dela que dizia ‘espero e oro para que alguém, em algum momento, encontre um dia para ser um memorial das mães, comemorando seu serviço incomparável prestado à humanidade em todos os campos da vida. Elas tem direito a isso’”, relatou a jornalista.
Ann Reeves Jarvis faleceu em 1905, e sua filha iniciou uma campanha por um feriado nacional em comemoração às mães em todos os Estados Unidos. “Ela enviou cartas ao presidente William Taft e o ex-presidente Theodore Roosevelt, pediu a ajuda financeira ao dono de uma loja de departamentos na Filadélfia, John Wanamaker, e organizou a celebração à sua própria mãe numa igreja metodista em Grafton, West Virginia”, contextualizou Antonia Blumberg.
Após o gesto se tornar uma tradição nas igrejas de todo o país, os legisladores aprovaram em 1914 uma lei que transformava o Dia das Mães num feriado nacional nos Estados Unidos. Em 2014, o dia 11 maio marca o 100 º aniversário do Dia das Mães no país.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+