Os analistas políticos da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição estariam preocupados com a formação de um bloco evangélico de apoio à candidatura do pastor Everaldo Pereira (PSC-ES) ao Palácio do Planalto.
Segundo os analistas, estaria acontecendo um grande acordo entre as igrejas evangélicas para fazer a campanha de Everaldo crescer e assim, forçar um segundo turno na disputa. O capital político conseguido pelas igrejas nas urnas com a campanha do pastor seria uma moeda de troca para impor objetivos que as lideranças cristãs entendem serem necessários.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a intenção dos articuladores evangélicos é fazer com que o pastor consiga ao menos 10% dos votos na eleição, o que seria suficiente para barganhar com ambos os candidatos que estiverem disputando o segundo turno.
Uma pesquisa do Datafolha mostrou que o pastor Everaldo possui 11% das intenções de votos quando os dados são analisados levando em conta apenas os eleitores que se declaram evangélicos pentecostais. Atualmente, o Brasil conta com mais de 22 milhões de evangélicos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dentre as denominações consideradas evangélicas, apenas a Igreja Universal deverá apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. Além da convergência em assuntos como o aborto (que é uma prática apoiada pelo bispo Edir Macedo como ferramenta de planejamento familiar), a denominação tem participação direta no governo através do PRB, legenda pela qual todos os pastores e bispos da Universal que pretendem carreira política são filiados.
Nos últimos anos, a proximidade entre Macedo e Dilma aumentou após a nomeação do senador Marcelo Crivella como ministro da Pesca. Um reflexo da sintonia entre as partes é o convite feito – e aceito – a Dilma para a inauguração do Templo de Salomão, mesmo com o veto de Macedo a um discurso da presidente.