Um distrito escolar no estado do Oregon (EUA) está sendo acusado de adotar um padrão de intimidação e assédio contra alunos LGBT, com uma suposta obrigação de leitura da Bíblia como punição e comparações da união entre pessoas do mesmo sexo com o casamento com um cachorro.
As escolas públicas nos Estados Unidos são organizadas em distritos, que são órgãos similares às diretorias regionais de ensino do Brasil. Os distritos escolares têm autonomia na definição de políticas e diretrizes para aplicação nas escolas, e geralmente, abrangem mais de uma cidade.
As acusações contra o distrito escolar em North Bend foram feitas ao Departamento de Educação do estado através de uma carta. No relato, os responsáveis pela educação na comunidade costeira teriam discriminado estudantes com base na orientação sexual.
“Há evidências substanciais para apoiar a alegação de que o distrito sujeitou os estudantes LGBT a regras separadas ou diferentes de comportamento, sanções ou outro tratamento”, dizia a carta, segundo informações da CNN.
A escola contesta as acusações e apresentará sua defesa em uma audiência no dia 24 de maio. Na ocasião, as autoridades estaduais determinarão se o distrito violou as leis estaduais e federais contra a discriminação.
O Departamento de Educação questionou o Superintendente do Distrito Escolar de North Bend, Bill Yester, em diversos pontos. Entre eles:
-Uma estudante disse que foi atingida na mão com um skate por outro estudante que fez comentários homofóbicos. Quando a vítima reclamou com o oficial de recursos da escola, o oficial foi desdenhoso e disse que a homossexualidade era uma escolha e não estava de acordo com suas crenças religiosas pessoais, disse o estudante.
-Um estudante foi solicitado pelo superintendente para ler uma passagem da Bíblia como punição em pelo menos duas ocasiões. O administrador do edifício reconheceu em uma entrevista com funcionários de educação do estado que ele exigiu a leitura da Bíblia como uma forma de disciplina.
-Durante uma discussão em sala de aula, uma professora disse: “Se o casamento entre pessoas do mesmo sexo é bom, que tal casar com seu cachorro? É sobre a mesma coisa”.
Yester afirmou, em um comunicado, que apenas duas das alegações foram levadas ao conhecimento do distrito, e que a equipe responsável tentou mediar o assunto com os estudantes durante uma sessão de nove horas neste mês, mas não teve sucesso.