O conhecimento bíblico é indispensável para quem se propõe a divulgar a mensagem do Evangelho. No entanto, nos últimos anos, a Igreja tem assistido, e colaborado, com o surgimento de pregadores despreparados em termos teológicos, o que é um risco perturbador segundo o escritor cristão Daniel Juster.
Juster expressou sua preocupação em um artigo publicado pelo portal pentecostal Charisma News, alertando para o fato de que o carisma dos pregadores jovens pode ocultar a abordagem equivocada da Palavra, mas não pode impedir os efeitos nocivos da distorção do Evangelho.
“Hoje, estamos lidando com um problema significativo. Grande parte da teologia está sendo ensinada aos crentes pela pregação de estrelas da mídia e líderes da Igreja que eu chamaria de pregadores de baixa informação”, contextualizou o escritor. “Eles podem ter carisma, e eles podem até segurar bem uma multidão, mas às vezes dizem coisas estranhas e até mesmo heréticas”, destacou.
“Alguns dos exemplos mais gritantes são declarações que afirmam que o Antigo Testamento não se aplica mais a nós ou que é irrelevante para os cristãos da Nova Aliança […] Um desses pregadores disse que colocou uma espada no Antigo Testamento para se libertar dele. O erro é ainda mais evidente à luz das numerosas afirmações no Novo Testamento sobre a autoridade e o valor da Bíblia hebraica”, argumentou.
“Alguém tem que perguntar se esses pregadores já fizeram um curso que os ajudasse a entender a Bíblia hebraica e sua aplicação à era da Nova Aliança. Eu duvido. É claro que isso é desafiador, no entanto, esses escritos podem ser compreendidos e aplicados. É importante fazer isso”, sublinhou o escritor.
Mais adiante, Daniel Juster também fez menção ao ensino do Novo Testamento sobre a autoridade da Bíblia hebraica, mencionando que em Mateus 5, Jesus disse que não veio para “abolir a Lei ou os Profetas”.
“Falando das Escrituras hebraicas, Paulo nos diz em II Timóteo 3:16-17 que toda a Escritura é ‘inspirada por Deus’, e é ‘proveitosa para doutrina, repreensão e para treinamento em retidão’. Ele diz em Timóteo para estudar as Escrituras a fim de demonstrar que somos bons obreiros”, disse. “Que tipo de trabalhador começa jogando fora mais de dois terços dos materiais? Eu não gostaria de morar em uma casa construída por um trabalhador assim”, ilustrou.
Na conclusão do raciocínio, o escritor citou o apóstolo Pedro, que “diz que as Escrituras não vieram por vontade dos homens, mas que os homens falaram como eram levados pelo Espírito. Nós realmente não podemos entender o Novo Testamento sem as Escrituras hebraicas. De fato, grande parte do Novo Testamento é interpretação e reaplicação da Bíblia hebraica”.
“Grande parte do futuro plano de Deus para a redenção e paz no mundo está na Bíblia hebraica. Quando os apóstolos estavam ensinando, não havia Novo Testamento, eles confiaram na Bíblia hebraica. De fato, toda a igreja primitiva era composta de cristãos somente do Antigo Testamento”, acrescentou, finalizando sua argumentação.