O pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes compartilhou uma reflexão sobre a parábola do espinheiro, em Juízes 9, para alertar os cristãos brasileiros sobre os riscos que a nação corre se os servos de Deus se omitirem de se opor ao mal por questões menores.
“Em Juízes 9.8-15 lemos sobre a parábola do espinheiro. Esta parábola, numa linguagem simbólica, fala sobre o governo do espinheiro sobre todas as árvores”, escreveu o pastor, introduzindo o argumento.
“As árvores tomaram a decisão de ungir para si um rei, que reinasse sobre todas elas. A primeira candidata ao reinado era a oliveira, mas esta escusou-se, dizendo que não deixaria seu óleo, estimado por Deus e pelos homens para ascender ao poder. Foram então atrás da figueira, rogando a ela que reinasse sobre elas, mas esta também recusou, dizendo que não deixaria sua doçura e o seu bom fruto para pairar sobre as demais árvores”, resumiu Hernandes Dias Lopes.
A consequência dessa postura levou a um apelo, sem sucesso, a uma terceira opção: “Ato contínuo, as árvores recorrem à videira, apelando que ela reinasse sobre as demais árvores, mas esta, de igual modo, justificou-se dizendo que não deixaria seu vinho, que agrada tanto a Deus como os homens para reinar”.
Quando “todos os esforços” se mostraram inúteis, “todas as árvores disseram ao espinheiro para vir e reinar sobre elas”, e receberam como resposta um aviso de ditadura: “O espinheiro respondeu às árvores que se elas o estavam ungindo para governar, todas elas deveriam vir e refugiar-se debaixo de sua sombra, mas se não viessem, do próprio espinheiro sairia fogo devastador para consumir até os cedros do Líbano”.
Lições
Em seu artigo, o pastor Hernandes Dias Lopes aponta quatro lições a serem observadas pelos cristãos. A primeira, segundo ele, é que a “omissão perigosa” cobra um preço alto: “A oliveira, a figueira e a videira receberam um apelo de todas as árvores para que reinasse sobre elas. Mas, cada uma deu uma desculpa para fugir da governança”.
“As árvores frutíferas e úteis foram consultadas para esse posto de liderança, mas todas se omitiram. Preferiram o conforto de sua posição do que os riscos da liderança. Ao recusarem a convocação, abriram espaço para o espinheiro governar. A omissão covarde dessas árvores boas, pavimentaram o caminho para a liderança de um arbusto ruim. Quando os bons se omitem e ficam em silêncio, os maus governam. É triste ser governado por um espinheiro. Um espinheiro nada produz, a não ser sofrimento. Onde o espinheiro reina, as pessoas sofrem e sangram”, alertou.
A segunda lição é que “uma desculpa descabida” pode parecer aceitável num primeiro momento, mas logo o erro vem à tona: “Nenhuma árvore boa aceitou o convite para reinar. Todas declinaram. Suas desculpas pareciam plausíveis, mas eram descabidas. A omissão delas pavimentou o caminho para o espinheiro assumir o trono e trazer tanto sofrimento”.
A “opção desastrosa” é a terceira lição apontada pelo pastor: “Espinheiro não é árvore. Espinheiro não é plantado. Espinheiro não produz frutos. Espinheiro acicata os pés, fere as mãos, produzindo desconforto e sofrimento. Quando os bons renunciam a liderança, os maus passam a governar. Quando aqueles que podem ser úteis para seus irmãos, renunciam seu privilégio, abrem caminho para os espinheiros assumirem o governo. É uma tragédia ser governado por um espinheiro”.
A quarta lição é que a “ameaça mortal” não titubeia diante da oportunidade de se concretizar: “O espinheiro não deu desculpa. Aceitou prontamente o convite para ser rei. Fez uma convocação para todas as árvores ficarem debaixo de sua sombra e engatou uma ameaça. Quem não vier será consumido pelo fogo. O espinheiro governa com ameaça e truculência. Não aceita oposição. Não tolera o contraditório. Seu governo é ditatorial. A única alternativa de seus súditos é a obediência cega. Submete-se ou morre!”.
“Essa parábola é um grito de alerta à nação brasileira. Estamos diante de uma eleição que definirá o futuro de nossa nação. Que o espinheiro não reine sobre nós!”, finalizou o pastor.