Cientistas da Universidade de Yale identificaram um possível “lar neurobiológico” para a experiência espiritual – o senso de conexão com algo maior do que a própria pessoa. O estudo foi divulgado no último dia 29 de maio.
A atividade no córtex parietal, uma área do cérebro envolvida na consciência de si e dos outros, assim como o processamento da atenção, parece ser um elemento comum entre indivíduos que experimentaram uma variedade de experiências espirituais, de acordo com o relatório do estudo publicado na revista Cerebral Cortex.
“As experiências espirituais são estados robustos que podem ter impactos profundos na vida das pessoas”, disse Marc Potenza, professor de psiquiatria e de neurociência do Centro de Estudos Infantis de Yale.
“Entender as bases neurais das experiências espirituais pode nos ajudar a entender melhor seus papéis na resiliência e recuperação da saúde mental e dos transtornos aditivos”, acrescentou, explicando a motivação para o estudo do tema.
Segundo o portal da universidade, as experiências espirituais podem ser de natureza religiosa ou não, como o sentimento de unidade na natureza ou a ausência do “eu” durante eventos esportivos.
Os pesquisadores de Yale e do Spirituality Mind Body Institute, da Universidade de Columbia, entrevistaram 27 jovens adultos para coletar informações sobre experiências passadas de estresse e relaxamento, bem como sobre suas experiências espirituais.
Os sujeitos foram submetidos a exames de fMRI enquanto ouviam pela primeira vez gravações baseadas em suas experiências personalizadas. Enquanto as experiências espirituais individuais diferiam, os pesquisadores observaram padrões similares de atividade no córtex parietal, conforme os sujeitos imaginavam, experimentando os eventos nas gravações.
Marc Potenza salientou que outras áreas do cérebro provavelmente também estão envolvidas na formação de experiências espirituais, e que o método aplicado no estudo pode ajudar futuros pesquisadores a estudar a experiência espiritual e seu impacto na saúde mental.