A pandemia do COVID-19, que transformou praticamente todos os aspectos da vida ao redor do mundo, também tocou uma parte muito íntima da vida das pessoas: sua fé e hábitos de adoração.
Um novo levantamento do Pew Research Center, um respeitado instituto de pesquisa norte-americano com amplos estudos sobre temas religiosos, mostrou que muitas pessoas acreditam que sua fé cresceu diante do cenário de pandemia.
O estudo, feito apenas nos Estados Unidos, mostrou que parte dos entrevistados acredita que sua fé se fortaleceu como resultado da pandemia, mesmo quando a grande maioria dos frequentadores de igrejas informa que suas congregações suspenderam cultos, da mesma forma como ocorreu no Brasil e em quase todos os países.
Fiéis de igrejas protestantes historicamente ligadas às comunidades negras e aqueles que se descrevem como muito religiosos são particularmente propensos a dizer que sua fé se fortaleceu, diz o relatório do estudo.
“Um quarto dos adultos norte-americanos em geral (24%) diz que sua fé se tornou mais forte por causa da pandemia de coronavírus, enquanto apenas 2% diz que sua fé se tornou mais fraca. A maioria diz que sua fé não mudou muito (47%) ou que a questão não é aplicável porque não era religiosa (26%)”, diz a publicação.
Os responsáveis pelo estudo ponderam que “as opiniões sobre essa questão variam de acordo com a afiliação religiosa dos entrevistados e com a religiosidade deles”.
“Os cristãos são mais propensos a dizer que sua fé se fortaleceu como resultado da pandemia do que outros grupos religiosos nesta análise, um sentimento relatado por 56% dos protestantes na tradição historicamente negra, bem como por quatro em cada dez evangélicos (42%) e aproximadamente um quarto dos católicos (27%) e protestantes principais (22%)”, acrescenta.
Cristãos que têm o hábito de orar e comparecer aos cultos consideram a religião muito importante para eles – são muito mais propensos do que outros a dizer que sua fé se fortaleceu como resultado do surto de coronavírus. “Em outras palavras, o fortalecimento auto-relatado da fé religiosa foi mais pronunciado em um segmento do público que já era bastante religioso”, pontuam os pesquisadores.