O alegado “Evangelho da Esposa de Jesus” foi revelado ao mundo pela historiadora Karen King, que agora veio a público para admitir que o manuscrito é uma falsificação.
Karen King é uma professora de história eclesiástica da Universidade de Harvard, e na última sexta-feira, 17 de junho, reconheceu que toda a história por trás do papiro escrito na antiga língua copta é falso.
De acordo com informações do Daily Mail, a professora decidiu anunciar que o suposto “Evangelho da Esposa de Jesus” é uma fraude após a identidade da pessoa que a entregou o manuscrito se tornar pública.
Walter Fritz, um norte-americano entusiasta dos estudos de egiptologia, empresário no ramo de autopeças e pornografia, escreveu uma carta à revista The Atlantic, assumindo ser o proprietário do papiro.
“Eu, Walter Fritz, certifico que eu sou o único proprietário do fragmento de papiro que foi chamado de ‘Evangelho da esposa de Jesus’ […] Eu garanto que nem eu, nem quaisquer terceiros forjaram, alteraram ou manipularam o fragmento e/ou sua inscrição, desde que foi adquirida por mim. O proprietário anterior não deu indicações de que o fragmento tenha sido adulterado”, comentou o empresário.
Para os estudiosos que investigaram o caso, Fritz era a única peça no quebra-cabeças que vinha faltando para que o enigma entorno do manuscrito fosse desvendado. O empresário comprou o papiro em 1990, na cidade de Berlim, Alemanha, de um homem chamado Hans-Ulrich Laukamp, e este havia comprado de um colecionador em 1963, na Alemanha Oriental.
Anos depois, Fritz foi a Londres em uma viagem a trabalho, onde conheceu um negociante de artes que ofereceu US$ 50 mil para comprar o papiro. Surpreso pelo valor da proposta, o empresário procurou a professora Karen King para entender o motivo do alto valor.
Nesse momento, o negociante interrompeu as negociações ao descobrir que o empresário havia procurado uma especialista, o que levou Fritz a entregar o manuscrito a Karen King, e então, ela anunciou a descoberta do alegado “Evangelho da Esposa de Jesus”.
Controvérsia
O anúncio de que havia sido encontrado um documento com mais de 1.500 anos em que seguidores de Jesus Cristo se referia a uma eventual esposa dele causou muito tumulto no mundo acadêmico e entre estudiosos da religião.
A eventualidade de o Filho de Deus ter se casado antes de seu ministério culminar em seu sacrifício pela humanidade é encarada pela maioria dos religiosos como uma blasfêmia, como se o fato de um homem judeu ter tido uma esposa fosse
“Não podemos saber ao certo por que o falsificador criou este manuscrito, se ele queria ganhar algum dinheiro através do engano. Alguns especulam que a falsificação é uma jogada para a narrativa O Código Da Vinci, que inclui um Jesus casado e um professor de Harvard”, disse o professor Christian Askeland, ao Christian Today.