Na década de 90, a apresentadora Xuxa mantinha em seu programa infantil figurantes que faziam papeis de “paquito” e “paquita”. Apesar de muitos se lembrarem apenas das paquitas, os paquitos também existiram e Alexandre Canhoni, o Xand, foi um deles antes de se tornar missionário.
“Sempre quis ser famoso, desde pequeno. O foco não era ser milionário, mas fazer sucesso. É a síndrome de querer ser igual a Deus. Quanto mais fama você tem, mais você quer”, comentou o ex-paquito para o UOL.
A vida de Xand mudou radicalmente quando ele teve a oportunidade de conhecer a salvação através de Jesus Cristo, em 1995. Sua perspectiva de vida mudou e o desejo de querer ajudar o próximo, compartilhando o Evangelho mediante o amor de Deus, se tornou mais forte.
Xand então escolheu o Níger, país do continente africano, para ajudar os mais necessitados. “Decidi direcionar a fama não para o meu ego próprio, mas para ajudar pessoas”, disse ele.
Já convertido, o ex-paquito viajou em 2002 como missionário, ao lado da sua esposa Giovana, para o Níger. “Descobri que era um dos países mais pobres do planeta e tive vontade de ajudar. Começamos do zero. Foi um trabalho de muito suor e choro”, explica.
Mesmo já morando há alguns anos na África e realizando ações de amor ao próximo, o agora missionário ex-paquito da Xuxa percebeu o quanto é difícil ser um cristão em regiões onde a intolerância religiosa ainda é uma realidade constante.
“Tem uma classe intolerante a cristãos e ocidentais. Em 2015, tivemos nossa casa queimada. Ficamos escondidos por mais de 20 dias e depois reconstruímos nossa casa”, disse ele. Durante esse período, Xand contou que adotou vários filhos, quase 20 no total, pois eles simplesmente apareciam em sua porta.
Hoje, Xand e Giovana ainda moram no Níger, mas “apenas” com 10 filhos, pois os demais já constituíram novas famílias e saíram de casa. Ele diz que os filhos replicam o que aprenderam com os pais, ensinando os valores de Jesus Cristo por onde passam.
“Eu não escolhi os 19, a coisa foi acontecendo. Algumas crianças apareciam dormindo na porta de casa. Vários se casaram e têm suas famílias. A maioria está trabalhando na missão. O que fizemos com eles, hoje eles têm esse coração amoroso para fazer com o próximo”, conclui.