Acabou o tempo em que a relação entre fé e ciência era vista com deboche entre muitos profissionais da saúde renomados. Atualmente, quem ignora os efeitos da vida religiosa na luta contra doenças, por exemplo, como o câncer, é que caminha em sentido oposto ao que estudos recentes vêm apontando.
Essa constatação vai além da esfera subjetiva, mas tornou-se objetiva no momento em que estudos apontaram estatísticas referentes aos enfermos que possuem fé, comparando-os aos que não têm, revelando que os religiosos são mais resilientes e propensos à cura.
Para o psiquiatra Harold Koenig (foto de capa), por exemplo, responsável pela condução de estudos que relacionam o papel da fé à cura e ao enfrentamento de doenças, não há dúvida de que a vida religiosa é uma potente aliada ao tratamento de qualquer enfermidade, mesmo as mais graves, como o câncer.
“A fé é um fenômeno que libera defesas naturais do organismo, prepara o corpo e a alma para lidarmos melhor com a dor e os percalços do tratamento. Seja qual for a forma de manifestação dessa confiança absoluta, ela impede a pessoa de se entregar ao problema, motivando a busca da cura”, diz o cientista que atua no Centro de Estudos da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
Auxílio indispensável
De fato, um estudo realizado anos atrás pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, também já havia apontado os benefícios da fé na luta contra doenças, incluindo o câncer.
Segundo a psicóloga Joelma Ana Espíndula, responsável pelo estudo, mesmo quem não possui religião acaba sentindo a necessidade de criar alguma relação de fé em algo superior, neste caso Deus, a fim de conseguir enfrentar a doença, informou o Correio Brasziliense.
Autor de um livro que também aborda o tema, o médico Blancard Torres, titular do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é outro profissional da saúde que reconhece os efeitos positivos da fé na luta contra o câncer.
Isso porque, segundo o autor, a vida religiosa ajuda na melhora do sistema imunológico, impactando no organismo do indivíduo. Em um país com o Brasil, onde a maioria das pessoas se declara cristã, esse reconhecimento é de vital importância, pois confirma o quanto as igrejas também exercem um papel relevante nos cuidados da saúde.
Estudo: jovens que oram têm mais saúde mental e desenvolvimento “em todas as áreas”