Os cristãos da Nigéria continuam enfrentando a dura perseguição religiosa local, promovida em sua maioria por muçulmanos radicais, muitos da etnia Fulani, grupo acusado de já ter cometido centenas de assassinatos nos últimos anos.
Só em 2022, cerca de 4 mil cristãos foram mortos em decorrência da perseguição no país, uma triste realidade que este ano não tem sido diferente. Só nos 12 primeiros dias do mês passado, por exemplo, 43 seguidores de Jesus Cristo foram assassinados em duas aldeias locais.
Os ataques foram confirmados pelo presidente do Conselho Distrital da Igreja Evangélica Ganhando Todos (ECWA), Rev. Danladi Ndoh, que comunicou a morte de um dos líderes locais durante o atentado.
“Um de nossos pastores, o reverendo Daniel Danbeki, e sua esposa estão entre os 43 cristãos mortos durante os ataques. E isso sem contar nosso prédio de culto que foi queimado e muitas casas destruídas nas duas comunidades”, lamentou Danladi.
Crueldade extrema
Um dos ataques por parte dos radicais muçulmanos ocorreu na aldeia de Takalafiya. De acordo com informações de uma testemunha local chamada Livinus Dandaura, os criminosos agiram por volta das 21h e não pouparam nem mesmo crianças.
“A maioria das vítimas mortas durante o ataque são mulheres, crianças e idosos, já que a maioria não conseguiu escapar quando os terroristas e pastores muçulmanos armados atiraram aleatoriamente em qualquer um que avistaram durante a emboscada na aldeia”, disse a testemunha.
A frequência dos ataques aos cristãos, bem como a crueldade empregada em cada atentado, fez com que a Nigéria passasse a ocupar a 6° posição na lista mundial de perseguição religiosa da organização Portas Abertas.
O ranking atualizado anualmente é uma referência mundialmente reconhecida em matéria de vigilância religiosa, e nos dá uma noção do quanto está sendo perigoso ser um seguidor de Cristo e viver nessa parte da África.
Isaac Dabu, outra testemunha que reside nos locais atacados, denunciou a precariedade do suporte aos cristãos, inclusive do ponto de vista político, com autoridades aparentemente ignorando as vítimas do radicalismo islâmico nigeriano.
“Qual é o pecado cometido pelos cristãos nas comunidades de Takalafiya e Gwanja? É porque somos cristãos que estamos sendo atacados, e o governo estadual e federal controlados pelos muçulmanos não se importam em nos proteger?”, questionou Dabu, segundo o Morning Star News.