A realização de uma festa junina no templo da Igreja Assembleia de Deus Missão, em Marabá (PA) repercutiu negativamente entre os fiéis da denominação. Debaixo de duras críticas, o pastor responsável, Sales Batista, veio a público pedir perdão.
O espaço cedido pela Assembleia de Deus Missão foi um megatemplo da igreja, onde costumam ser realizados os congressos e eventos. O pastor Sales Batista cedeu o espaço à Polícia Militar para realização de uma palestra do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).
Entretanto, junto com a palestra do Proerd, foi realizada uma festa junina, com músicas de quadrilha, danças e decoração temática. As imagens repercutiram nas redes sociais, com muitas manifestações negativas de evangélicos.
A página Assembleianos de Valor, de perfil conservador dos usos e costumes da denominação, publicou vídeos no Instagram mostrando as danças de quadrilha da festa junina, além da música Eye of the Tiger, da banda Survivor, usada para a entrada dos policiais militares e do leão mascote do Proerd.
“Os membros da Assembleia de Deus em Marabá/PA estão revoltados. Pois o Pastor Sales Batista permitiu a realização de uma FESTA JUNINA no templo, aonde também é realizada a santa ceia do SENHOR, congressos e outros cultos. Templo este, erguido e construindo com os suados dízimos e ofertas dos fiéis”, contextualizou a página Assembleianos de Valor.
“Uma festa pagã, sendo realizada no local que deveria ser chamada casa de oração. Que vergonha hein Pastor Sales? Os membros de outros ministérios não podem cantar e nem pregar aí, mas festa pagã o senhor autoriza no templo. Nota 0 para essa sua atitude!”, acrescentou a página.
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Pedido de perdão
Depois da repercussão negativa, o pastor Sales Batista publicou nota oficial na página da igreja no Facebook, prestando esclarecimentos e pedindo perdão pelo ocorrido.
O líder assembleiano explicou que a parceria entre a igreja e a PM já havia ocorrido anteriormente, em outros anos, sem incidentes desta natureza, e ponderou que o trabalho da instituição de segurança previne que crianças e adolescentes sejam seduzidos pelas drogas.
Confira a nota na íntegra:
Venho, por meio da presente nota, prestar alguns esclarecimentos acerca dos últimos acontecimentos ocorridos após a última quarta-feira, relacionados a publicações veiculadas nas redes sociais de que na condição de Pastor Presidente da Assembleia de
Deus Missão em Marabá, teria autorizado a realização de apresentações folclóricas no
nosso Centro de Eventos, situado nesta Cidade.
Primeiramente, esclareço, que dias atrás nos fora solicitado pela POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARÁ, na pessoa do Sr. Comandante de Policiamento Regional I1, a autorização para realização no Centro de Convenções da Igreja Assembleia de Deus Missão, desta Cidade de Marabá/PA, de um evento cívico de formatura de 1.713 (mil e
setecentos e treze) crianças capacitadas pelo PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência) coordenado pela Policia Militar do Pará, projeto social
vinculado ao Ministério da Educação do Governo Federal cujo objetivo é prevenir, resgatar e libertar vidas de jovens e famílias do mundo das drogas.
Em razão da relação amistosa que sempre tivemos com a instituição retro mencionada e por coadunar com o propósito social do projeto, e ainda pelo fato da mesma já ter realizado outro evento da mesma natureza no ano de 2019, com a formatura de 3.500 (três mil e quinhentas) crianças, sem que tivesse ocorrido qualquer transtorno, decidi autorizar a realização do aludido evento, tal como nos fora solicitado.
Infelizmente, não previa em qualquer momento que no curso da programação haveria a apresentação junina e tal como todos os irmãos fui surpreendido com a apresentação da mesma tão somente após a sua realização. Destaco, inclusive, que me encontrava na Cidade de Belém/PA, participando de nossa Convenção Estadual de Pastores.
Reconheço e peço perdão a todos os irmãos desta amada e honrosa Instituição,
pelo fato de não termos sido rigorosos e vigilantes, de forma preventiva, em averiguar
antecipadamente o conteúdo da grade de apresentações.
Reafirmamos ainda nosso apreço e consideração à briosa Polícia Militar do Estado do Pará, na pessoa do Sr. Comandante do CPR I1, Cel. David Lima, pelo projeto educacional desenvolvido com as crianças de Marabá, contra drogas e violência, e que em nenhum momento, absolutamente, tiveram os organizadores do evento a intenção de ofender a fé dos membros da Igreja do Senhor.
Compartilho, aqui, de forma pública a minha tristeza pelo ocorrido e reitero, diante de todos, o meu compromisso em continuar zelando pela obra, tal como tenho feito há 19 (dezenove) anos. Obra essa que, verdadeiramente, não é minha, mas do Senhor Jesus.
São os termos em que subscrevo-me.
Pr. Sales Batista