Uma cruzada evangelística de Billy Graham na Austrália seria o cenário perfeito para um homem que o odiava e nutria ódio a Deus em seu coração colocar seu plano em ação: matar o pregador. No entanto, antes que ele agisse, a mensagem do Evangelho alcançou seu coração.
O testemunho de George Palmer foi veiculado pelo canal da Associação Evangelística Billy Graham no YouTube. Em 1959, quando o evangelista foi à Austrália, ele e seus capangas foram armados ao estádio onde a cruzada foi realizada para mata-lo.
Palmer odiava a Deus desde seus sete anos de idade, quando perdeu seu pai para um ataque cardíaco: “Eu estava com muita raiva de Deus”, disse, comentando a morte de seu pai após um dia extenuante de trabalho, quando ele plantou cem cerejeiras e não resistiu.
“Nunca esquecerei quando me disseram que meu pai havia morrido, simplesmente não consegui lidar com isso. Lembro-me de ter subido a uma planície e gritar com Deus. ‘Te odeio. Eu odeio você com todo meu coração. Eu nunca vou amar’”.
A raiva cresceu em seu coração. Ele se tornou um valentão na escola e na vizinhança. As pessoas o conheciam por sua má reputação e isso reforçava sua crescente amargura. “Sempre me disseram que não seria nada. Se você diz isso a uma pessoa continuamente, é nisso que você acredita, que você não vale nada, você é inútil”, disse Palmer.
Em sua adolescência, ele liderou uma gangue violenta que prejudicou muitas outras pessoas e entrou em confronto com rivais: “Eu tinha um temperamento vil”, admitiu. Um dia, depois de derrotar seus rivais em uma briga de rua, Palmer e seus nove capangas capturaram o líder da gangue rival e, subjugando-o, dirigiram um carro para a frente e para trás, esmagando todos os ossos de sua mão.
“É tudo em que sempre pensei: ferir as pessoas”, contou, resumindo seus pensamentos da época.
Nessa época, ele e os demais da gangue souberam que Billy Graham iria à Austrália em 1959 para pregar. Eles odiavam o cristianismo: “Billy Graham representava algo que eu detestava. Era algo que me movia dia após dia”.
Eles planejaram assistir à cruzada em Melbourne, determinados a matar o evangelista famoso: “Eu inventei 10 armas zip [uma espécie de revólver artesanal], então cada membro tinha uma delas. Eu disse aos rapazes: ‘Vamos. Estamos indo para o gramado. Nós nos distanciamos para que pudéssemos nos ver perto de onde Billy Graham estava pregando”.
“Decidimos que durante o apelo, mataríamos Billy Graham”, disse, explicando o plano para assassinar o pregador. Com suas armas escondidas na roupa, trocavam olhares enquanto a mensagem se prolongava. O apelo viria inevitavelmente, uma chance para as pessoas deixarem seus lugares no estádio e irem à frente do palco e aceitarem Jesus.
Enquanto esperavam tensamente pelo fim da mensagem, Palmer olhou para a multidão que lotava o estádio de críquete e achou estranho que tantas pessoas desejassem ouvir a Palavra de Deus. “O que diabos todas essas pessoas estão fazendo aqui?”, perguntou-se.
Então, uma voz falou com ele: “O que você está fazendo aqui, George?”. Ele se virou e não havia ninguém que ele conhecesse por perto, o que o irritou.
“Ok, eu sei que este é Você, Deus. Você levou meu pai. Você me machucou muito. Por que eu deveria te amar? Por que eu deveria me preocupar com você?”, disse o jovem magoado, questionando a Deus. E a resposta veio: “‘George, eu não levei seu pai para machucar você. Eu nunca te machucaria’”.
Palmer, que não lembrava de ter chorado desde os sete anos de idade, começou a soluçar. Quando o apelo veio, ele largou seu revólver caseiro na grama e correu para aceitar Jesus: “Nove entre dez de nós se converteram naquela noite. Estávamos todos uma bagunça chorona”, relembrou.
Doze anos depois, em 1967, ele entrou para o Exército da Salvação e desde então se dedica ao ministério: “Deus tomou esta pessoa que o odiava com todas as partes do seu ser, e Deus o amou. É incrível como Deus pode pegar uma situação como a que estávamos e mudar uma vida completamente. Agradeço a Ele todos os dias por isso”, finalizou.