O fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago, e sua esposa, Franciléia de Castro Gomes de Oliveira, foram beneficiados com a concessão de passaporte diplomático pelo Ministério das Relações Exteriores.
O ministério, sediado no Palácio do Itamaraty, publicou a decisão nesta sexta-feira, 09 de agosto, no Diário Oficial da União. Valdemiro esteve com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Marcha para Jesus em São Paulo e também foi recebido em uma audiência no Palácio do Planalto, na companhia do deputado federal missionário José Olímpio (DEM-SP).
Segundo informações do portal G1, o decreto assinado pelo ministro Ernesto Araújo faz a concessão do documento aos líderes da igreja justificando que “ao portar passaporte diplomático, seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior”.
Com validade de três anos, o documento não dá direito a privilégio ou imunidade no país ou no exterior, mas permite que em diversos países com os quais o Brasil mantém relação diplomática o portador tenha facilidades na fila de imigração e até isenção de visto para permanência de curta duração.
Recentemente, um decreto presidencial regulamentou quem pode ser beneficiado com o documento: o presidente e o vice-presidente da República, ex-presidentes, governadores, ministros, ocupantes de cargo de natureza especial, militares em missões da ONU, integrantes do Congresso Nacional, ministros do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República e juízes brasileiros em tribunais internacionais.
O autointitulado apóstolo e sua esposa, que exerce o cargo de bispa na Mundial, já tinham obtido o passaporte em governos anteriores. No entanto, em 2016, a Justiça Federal em São Paulo suspendeu a concessão do documento ao julgar uma ação do advogado Ricardo Abrahão Nacle. Posteriormente, a decisão, que era provisória, foi confirmada em 2018, anulando o documento que estava em posse dos líderes neopentecostais.
Em junho deste ano, o governo Bolsonaro concedeu passaporte diplomático ao missionário R. R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, e à sua mulher, Maria Magdalena Soares, que também atua nos bastidores da igreja.