O grafite, como é conhecida a arte de criar pinturas em paredes, muros ou em vários outros locais, se transformou em uma ferramenta de evangelismo nas mãos de Léo Shun, considerado o primeiro grafiteiro evangélico do Rio de Janeiro. O rapaz falou da sua experiência e como decidiu utilizar os muros da cidade para falar do amor de Deus.
“Quando comecei a grafitar eu já estava convertido há alguns meses e tudo o que eu fazia naquele momento, como tento fazer até hoje, é direcionado ao Reino de Deus. É tudo para a glória de Deus e para falar do amor Dele”, disse Léo, que se converteu aos 16 anos, em 2002.
O grafite é uma das técnicas de pintura utilizadas por grupos urbanos, geralmente, como forma de expressar ideias, protestos, mensagens, etc. Para Léo, essa é uma forma de se comunicar com esses grupos, como se estivesse usando a mesma linguagem, porém, com o propósito de transmitir os valores de Jesus Cristo:
“Eu uso o graffiti não só pela beleza da arte, mas sempre expressando os valores de Cristo, que são a base da minha ideologia. Desde o início eu tinha essa vontade de usar o graffiti como ferramenta evangelística e de louvor a Deus”, disse o rapaz.
Preconceito, pichação e conversão
Algumas pessoas confundem pichação com grafitagem. Léo conta que antes de se converter também já foi pichador. “Eu comecei a pichar muito novo e aquilo se tornou um vício. Não importava quantos sufocos e riscos eu passava, eu não conseguia parar de pichar”, disse ele. “Até que me converti e o Espírito Santo transformou totalmente minha vida”.
A má fama da pichação, como é de se esperar, tornou mais difícil para Léo Shun conseguir utilizar o grafite como forma de arte e evangelismo com o apoio da igreja. Para superar esse estigma, ele propôs a criação de uma oficina sobre o assunto, dentro da igreja:
“No começo houve uma certa resistência do pastor, mas eu tive o apoio de um membro que ajudou bastante e conseguiu um espaço dentro da igreja para realizar a oficina”, disse ele. “Depois dessa oficina o pastor viu o resultado do trabalho e percebeu que o graffiti estava sendo usado para evangelizar os jovens. Foi aí que ele me deixou fazer um graffiti dentro da igreja”.
Atualmente Léo faz grafites também dentro das igrejas, como forma de adoração a Deus. Ele acredita que a divulgação do grafite como arte de rua mudou a perspectiva do público:
“Hoje as pessoas ainda se surpreendem com o graffiti sendo uma ferramenta evangelística, no entanto, a arte urbana alcançou uma visibilidade muito grande. Hoje não é mais algo incomum, como era quando eu comecei”, disse ele, com informações do Guiame.