As candidatas Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) entraram numa espécie de lista negra de uma ala conservadora da Igreja Católica, que milita contra a legalização do aborto.
O grupo Pró-Vida colocou os partidos PSB e PT em uma lista chamada “Os Doze Fatais”, que elenca pontos que “ameaçam o futuro do País”. O documento vem sendo distribuído através de panfletos em diversos estados brasileiros.
Embora a lista não faça menção diretamente ao nome das candidatas, o grupo afirma no documento que todos os candidatos filiados ao PT trabalham pela descriminalização do aborto, e que o PSB, ao longo de sua história, defendeu o fim das escolas ligadas a igrejas.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, integrantes do Pró-Vida fazem planos de distribuir um milhão de panfletos nos estados do Nordeste. O grupo conta ainda com o apoio de, pelo menos, três bispos, dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Ouvido pela reportagem do jornal, dom João Wilk, de Anápolis, afirmou que a diocese não é responsável pelo texto, embora conheça o teor do documento.
Há quatro anos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos (SP), defendeu que os fiéis católicos não votassem em Dilma Rousseff, e chegou a distribuir 2,1 milhões de panfletos contra o aborto. À época, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou a iniciativa. Bergonzini faleceu há dois anos.
A lista do Pró-Vida sugere aos fiéis católicos que não votem em outros partidos de esquerda, como PCB e PDT, por exemplo. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) não é mencionado pelo grupo como uma das “ameaças” ao futuro do Brasil. A direção de campanha do senador Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência, afirmou à Folha que não possui vínculos com o grupo católico.