A associação de Celso Russomanno com a igreja Universal pode causar sérios danos à sua candidatura à prefeitura de São Paulo. Líderes católicos já se posicionaram contra um texto escrito pelo coordenador da campanha, o bispo Marcos Pereira, ligando a igreja ao “kit gay” do Ministério da Educação (MEC), desencadeando uma “guerra santa” entre os evangélicos.
O professor de teologia da PUC-Campinas, padre José Antonio Trasferetti, acredita que a vinculação de Russomanno à Universal acirrou o ânimo dos católicos. “A Igreja Católica tem evitado ser contundente nos últimos anos, mas a vinculação estreita do Celso Russomanno com a Igreja Universal acirrou os ânimos dos católicos. O texto publicado pelo presidente do partido dele pode levar ao engajamento de setores da Igreja Católica”, diz Trasferetti, segundo o IG.
Também o evangelista e vereador Carlos Apolinário, da Assembleia de Deus, acredita que pode haver rejeição pela aproximação da igreja da campanha. “Sou evangélico há 53 anos e posso lhe afirmar que o apoio da igreja nem sempre agrega votos, mas a repulsa tira muitos”.
De acordo com o IG, depois do posicionamento dos católicos em relação a Russomanno, os principais candidatos em São Paulo já trabalham para atraí-los e obterem seu apoio que pode ter um grande peso a esta altura da corrida eleitoral.
Os profissionais ligados à campanha de Gabriel Chalita já planejam explorar o fato dele ser católico fervoroso, na tentativa de atrair simpatizantes da Renovação Carismática.
Também Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) estão em uma disputa para ver quem consegue fechar alianças com líderes católicos da periferia.
Entre os líderes mais disputados estão o padre Ticão, tradicional líder comunitário da zona leste paulistana. Outros são o popular padre-cantor Marcelo Rossi e Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua.
Por Jussara Teixeira para o Gospel+