Após ter a face completamente desfigurada por um incidente com uma arma de fogo, o norte americano Richard Norris foi submetido ao transplante de rosto mais complexo já realizado em toda a história da medicina. Agora, dois anos após a cirurgia, ele deu uma entrevista à “GQ” na qual conta sobre sua nova vida e agradece a Deus pelo sucesso da cirurgia.
Hoje com 39 anos, Norris viveu em reclusão na casa de sua mãe desde o acidente, em 1997. Ele havia perdido seus lábios, nariz, dentes e uma parte da língua no acidente e tinha movimentos limitados na boca. Nas poucas vezes que saía na rua ele o fazia à noite, e usando uma máscara.
A cirurgia do transplante durou 36 horas, e foi realizada nos dias 19 e 20 de março de 2012 no Centro Médico da Universidade de Maryland (leste dos EUA). Segundo o chefe da equipe de cirurgiões, doutor Eduardo Rodríguez, esse foi “o transplante de rosto mais extenso realizado até agora, incluindo as duas mandíbulas, dentes e língua”.
– O transplante incluiu todos os tecidos moles do rosto, do couro cabeludo até o pescoço, inclusive os músculos subjacentes, que permitem as expressões faciais e os nervos sensoriais e motores – explicou o médico.
Quando propôs a realização da cirurgia, Rodríguez ouviu os agradecimentos da mãe de Norris, que afirmou: “Você é minha dádiva de Deus”.
Segundo o The Christian Post, Norris afirma que foi sua fé em Deus, que lhe deu esperança e força suficiente para seguir com o transplante de rosto completo, e ele espera que o seu calvário sensibilize as pessoas para a doação de órgãos.
– Uma gota de esperança pode criar um oceano. Mas um balde de fé pode criar um mundo inteiro – afirmou.
Apesar de não viver mais totalmente recluso com vergonha de seu rosto, Richard Norris terá que ter cuidados especiais como evitar que qualquer coisa atinja seu corpo, fumar ou tomar muito sol. Ele passará também por acompanhamento médico todos os meses e terá que tomar cinco comprimidos por dia para manter o sistema imunológico com 50% da força: forte o suficiente para evitar vírus e bactérias comuns, mas não tão forte para atacar seu novo rosto.