Um escritor cristão que é cego está compartilhando seu testemunho de livramento de morte no World Trade Center nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York.
Há mais de 20 anos a história de sobrevivência do autor Michael Hingson inspira pessoas ao redor do mundo. Cego, ele escapou do World Trade Center com seu cão-guia Roselle. Ele trabalhava na Torre I, no 78º andar, e conseguiu descer as escadas até o andar térreo e escapar dos prédios antes que eles desabassem.
Em seu novo livro, “Viva como um cão-guia”, ele fala sobre superar adversidades e seguir em frente com fé: “Aprendi que o medo é algo que posso usar como uma ferramenta muito poderosa”, disse ele.
De acordo com a emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), o autor foi treinado sobre o que fazer em caso de emergência, e no dia do atentado, ele sabia como se deslocar pelo prédio e até ajudou pessoas a encontrarem as saídas de emergência.
“Aprendi a viajar pelo World Trade Center. Aprendi onde ficavam os restaurantes… Eu precisava saber o que fazer em caso de emergência. Eu precisava saber todas as saídas de emergência”, relembrou o escritor.
Quando Hingson conta seu testemunho, muitas pessoas questionam o motivo de ele ter estudado tanto as dependências do prédio já que ele tinha um cão-guia, ele sempre explica que os cães não lideram o deslocamento do dono, mas recebem dicas e a partir daí, ajudam na caminhada. Por isso era importante conhecer as dependências do edifício.
Quando o ataque terrorista aconteceu e um avião atingiu a Torre I, Hingson disse que o dano foi acima do 78º andar e que ele e outros não tinham ideia do que estava acontecendo acima deles. Naqueles momentos, porém, conhecer o prédio o ajudou a navegar em direção à escada:
“Enquanto descíamos as escadas, havia muitas pessoas ao nosso redor e ninguém sabia o que aconteceu porque aconteceu do outro lado do prédio e acima de nós. Então, não tínhamos a mínima ideia”, contou.
Um amigo de Hingson, David, viu fumaça e fogo acima deles e destroços caindo do lado de fora da janela, então os alertou para deixar o local porque havia algo errado: “Comecei a sentir um odor e levei um tempo para perceber que o que eu estava sentindo eram os vapores da queima de combustível de jato”.
Hingson levou uma hora para descer as escadas, com Roselle acompanhando-o durante toda a provação. Uma vez lá fora, ele teve que se mover rapidamente em meio a temores de que os prédios desabassem: “Eu pensei: ‘Deus, não acredito que você nos tirou de um prédio só para ele cair em cima de nós’”, disse, descrevendo sua oração angustiada.
“Eu ouvi na minha cabeça tão claramente quanto você me ouve agora uma voz que dizia: ‘Não se preocupe com o que você não pode controlar. Concentre-se em correr com Roselle e o resto se resolverá’. Foi Deus falando comigo? Absolutamente, foi. Não tenho dúvidas sobre isso, mas a questão é: eu escutei”, finalizou.