Grupos de militantes homossexuais e organizações evangélicas estão em um embate na Bahia por causa de um título honorífico concedido ao pastor Silas Malafaia.
A Câmara Municipal de Salvador já aprovou a concessão do título, mas entidades de homossexuais enviaram um comunicado à presidência da Câmara pedindo que ele seja revogado. E caso não consigam que seu pedido seja acatado, decidiram fazer um protesto com centenas de homossexuais nus em frente à Câmara.
Por outro lado, a Associação Batista de Salvador, a Sociedade Bíblica na Bahia e outras entidades evangélicas, agiram e também protocolaram uma solicitação pedindo a manutenção do título a Malafaia.
Os militantes gays, incluindo a Associação dos Travestis de Salvador (ATRAS), estão reunindo o apoio de artistas e personalidades que simpatizam com o movimento homossexual e que poderiam ajudar com sua influência a barrar a entrega do título.
Segundo o periódico baiano A Tarde, o fundador do grupo gay da Bahia (GGB) acredita que o título concedido a Malafaia seria uma “agressão à cidadania dos homossexuais”. “Estamos cobrando de Caetano Veloso seu apoio a esta campanha já que em 1985 ele declarou que o GGB é o orgulho da Bahia, então queremos que ele consiga o apoio de Gilberto Gil, Preta Gil, Ney Matogrosso, Marina Lima e demais artistas e Vips (sic) de cabeça feita para impedir esta agressão à cidadania de mais de 10% da população baiana e brasileira representada pelos homossexuais”.
Além de interporem o requerimento junto à Câmara Municipal, os homossexuais protocolaram um pedido de apoio à da Comissão da Diversidade Sexual contra a Homofobia da OAB/BA.
Adicionalmente, iniciaram um abaixo assinado nas redes sociais. Denominado Petição Pública contra Título de Cidadão Soteropolitano a Malafaia, o abaixo assinado já conta com cerca de 800 assinantes, segundo A Tarde.
As organizações evangélicas, por sua vez, alegam que “seu pensamento e idéias [de Malafaia] se constituíram como patrimônio cultural imaterial para esta cidade por enriquecer a cultura evangélica em suas múltiplas dimensões sociais, culturais e simbólicas”.
Eles querem não só a entrega do título ao líder religioso, mas que seja reconhecida a contribuição cultural do povo evangélico soteropolitano.
Um dos líderes evangélicos, Gustavo Mercês qualificou o ato de tirar a roupa como “procura de holofotes, principalmente em uma época eleitoral”.
Ele também bradou contra a perseguição aos evangélicos. “É um absurdo ainda ouvir declarações preconceituosas contra nossos patrimônios culturais, contra nossas idéias, costumes e crenças. Não é apenas Silas Malafaia que está sendo perseguido, mas o povo evangélico como um todo. Chega de discriminação”, disse.
Por Jussara Teixeira para o Gospel+