A Igreja Católica investiu 1,2 milhões de euros em um projeto de ensino digital que tem como objetivo ajudar clérigos de todo o mundo a erradicarem a pedofilia. O projeto foi apresentado na última quinta feira (09), no fim de uma conferência de quatro dias sobre o tema que aconteceu um Roma.
A conferência contou com cerca de 200 participantes, entre eles bispos, líderes de ordens religiosas, vítimas de abusos e psicólogos.
De acordo com o padre François-Xavier Dumortier, reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, onde se realizou a conferência, a ferramenta fornecerá aconselhamento em várias línguas e acesso a pesquisas sobre o que é pedofilia e como reagir a ela. Ele disse ainda: “Isso vai ajudar a desenvolver uma cultura de escutar (…), um rosto diferente da cultura do silêncio”.
Sem comentar diretamente o projeto, uma associação de vítimas de abuso afirmou que a conferência realizada em Roma foi uma mera “vitrine”, e que o que o caminho correto para o Vaticano seria entregar ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, toda a documentação que possuir sobre os abusos. Sobre as denúncias de que os bispos católicos acobertam os casos de pedofilia, o monsenhor Charles Scicluna, principal autoridade eclesiástica para a questão dos abusos, comparou esse acobertamento com a “omertà” – o código de silêncio da Máfia – e afirmou que esconder os casos seria fatal para a Igreja.
De acordo com o portal Terra Brendan Geary, da ordem dos Irmãos Maristas falou sobre o assunto afirmando que com o projeto via internet “a Igreja agora tem uma base a partir da qual começar”. O religioso afirmou ainda: “Começamos ouvindo as vítimas e escutando suas experiências. Asseguramos que a Igreja tenha os mais elevados padrões para a proteção das crianças”.
Representantes do Vaticano ressaltaram ainda que os funcionários eclesiásticos de cada localidade tem o dever de cooperar com as autoridades em casos de suspeita de pedofilia, cumprindo assim as leis de cada lugar.
Fonte: Gospel+