Lideranças da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) estão se mobilizando para tentar oficializar, a partir da instituição religiosa, um posicionamento contra a “nefasta influência do pensamento de esquerda” entre os fiéis.
A proposta tem como relator o reverendo Osni Ferreira, da Igreja Presbiteriana Central de Londrina (PR), e deverá ser analisada em uma reunião do Supremo Concílio da denominação, em Cuiabá, entre os dias 24 de 31 desse mês.
A intenção é fazer com que a denominação crie uma comissão interna, composta por lideranças de destaque nacional na área teológica, como os reverendos Hernandes Dias Lopes e Augustus Nicodemus Lopes, entre outros ligados à área do ensino teológico presbiteriano.
Os membros da comissão teriam como função apresentar “a contradição entre marxismo e suas variantes com o cristianismo bíblico”, de modo que os pastores possam alertar “os declarados ‘cristãos de esquerda ou progressistas’ de suas inconsistências.”
O presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil, Roberto Brasileiro Silva, afirmou ao UOL que o objetivo da reunião e possível criação da comissão (se a proposta for aprovada pelo Supremo Concílio) não será político.
“A igreja não apoia este ou aquele candidato e não destoa deste ou daquele candidato. Nós damos liberdade aos nossos pastores e aos nossos membros nos seus posicionamentos políticos”, afirmou o reverendo Roberto.
Críticas à Presbiteriana
Ex-líder da IPB no Rio de Janeiro, o pastor esquerdista Antônio Carlos Costa, que recentemente atacou os críticos do aborto realizado em uma menina de 11 anos, a qual teria engravidado de um menino de 13, criticou a mobilização da denominação, propagando a desinformação sobre a defesa de um suposto “golpe militar”.
“O que ela tenciona fazer com pastor da IPB que do púlpito propõe golpe militar? O apoio explícito a Bolsonaro é a pura expressão do pensamento reformado? Bolsonaro é profeta? Quantos pastores de esquerda foram ouvidos pelo Supremo Concílio?”, comentou Costa em sua rede social.