O Ministério Público de São Paulo vai pedir ajuda internacional para rastrear movimentações financeiras na investigação de lavagem de dinheiro contra Edir Macedo e mais nove pessoas.
Veja o site do Jornal Nacional
A Promotoria concluiu que empresas de comunicação estão entre as que receberam ilegalmente dinheiro de doações de fiéis da Igreja Universal que deveriam ter sido usadas em obras de caridade.
O jornal “O Estado de S. Paulo” teve acesso a documentos que fazem parte da investigação sobre o fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, e outras pessoas ligadas a ele e à igreja. As informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelam que o dinheiro dos fiéis, arrecadado para a manutenção da igreja e obras sociais, era desviado para a compra de empresas de comunicação.
O relatório faz parte da investigação de dois anos do Ministério Público de São Paulo que culminou na denúncia contra Edir Macedo e nove pessoas ligadas a ele por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Segundo a promotoria, em vez de aplicar o dinheiro dos fiéis em obras de assistenciais ou na manutenção dos templos, Edir Macedo e os outros acusados usaram os recursos em beneficio próprio.
Todos agora são réus no processo que apura desvio de dinheiro de fiéis para a compra de bens e empresas em nome de particulares próximos a Edir Macedo, inclusive emissoras de TV e de rádio.
A reportagem afirma que “oito empresas de comunicação, entre elas a Rádio e Televisão Record, estão entre as dez principais beneficiárias de transferências eletrônicas ou depósitos bancários que saíram da Igreja Universal do Reino de Deus”.
Outras beneficiárias são Edminas, Rede Mulher de Televisão, Editora Gráfica Universal e Rede Família de Comunicação, todas ligadas ao grupo. “O Estado de S. Paulo” informa ainda que a fortuna pessoal do fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, chega a 2 bilhões de dólares- R$ 3,6 bilhões.
A estimativa sobre o patrimônio também é do Coaf, um órgão ligado ao Ministério da Fazenda, que trata de crimes financeiros. Ainda de acordo com o jornal, dos R$ 8 bilhões que passaram pela igreja e por empresas ligadas a ela em sete anos, R$ 300 milhões foram movimentados em cinco países: México, Venezuela, Estados Unidos, África do Sul e Chile.
Durante a fase de inquérito, a maior parte dos acusados foi intimada e se apresentou na delegacia, mas, por orientação do advogado, eles disseram que falariam apenas diante do juiz. Segundo a policia, Edir Macedo não compareceu. A intimação dele foi entregue à defesa já que o bispo mora nos Estados Unidos.
Segundo a promotoria, a investigação vai prosseguir agora, com um novo pedido de ajuda internacional para localizar valores que possam ter sido movimentados ilegalmente no exterior.
Fonte: G1 / Gospel+