A Folha de São Paulo dedicou uma página inteira de sua edição de 9 de julho de 2006 para mostrar a influência das igrejas evangélicas, principalmente as pentecostais, na formação de músicos. Na Assembléia de Deus e na Congregação Cristã no Brasil chega a haver orquestras com até duzentos integrantes. Os instrumentos mais usados são violino, flauta transversa, clarineta e trompete. Alguns músicos se mostram tão bons que começam a tocar também em orquestras seculares, como o violinista Davi Graton, da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. O segundo violinista da Orquestra Experimental de Repertório é Kleberson Buzo, de 26 anos, membro da Congregação Cristã no Brasil.
Algumas igrejas chegam a manter escolas de música e emprestam instrumentos. A explicação dada para esse curioso fenômeno tem origem na Reforma protestante do século 16. Basta lembrar de Johann Sebastian Bach (1685-1750), o maior gênio da música barroca, compositor das mais famosas peças religiosas, como a Paixão Segundo São Mateus. Cerca de sessenta a setenta pessoas da família Bach foram músicos e o posto de organista da igreja luterana de Eisenach, na Alemanha, esteve nas mãos deles por 132 anos. Para os protestantes, a música aproxima os fiéis de Deus. Lutero (1483-1546) dava muita importância à música. Ele tocava alaúde, cantava, compunha, traduzia hinos em latim para o alemão, introduzia hinos novos e entremeava os cânticos com as leituras bíblicas, com as orações e o sermão.
Fonte: Últimato