Para os cristãos, o evangelismo é uma ordenança de Deus, conforme descreve o livro de Marcos 16:15-16, como está escrito: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.
Como resultado, diversos povos indígenas já foram alcançados pela mensagem de salvação revelada por Jesus Cristo, transmitida por missionários. O Instituto Datafolha, por exemplo, revelou em 2018 que o número de índios que se declaram evangélicos cresceu 32%, uma taxa de crescimento maior do que a nacional.
Com isso, uma polêmica já antiga vem sendo levantada novamente, que é sobre o evangelismo das tribos isoladas. Ao todo, cerca de 102 etnias não alcançadas pelo Evangelho ainda restam no Brasil.
Até então a Funai (Fundação Nacional do Índio) proibia o contato com esses povos, mas com a vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência da República e o comando de Damares Alves no ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, isso pode mudar.
“Na cultura indígena, o Evangelho vem para valorizar a pessoa, tirar coisas que entraram de fora como o álcool e as drogas e reforçar a cultura inicial, que é de uma família bem estabelecida”, esclareceu o pastor Juliano Modolo, segundo a Folha de São Paulo.
Apesar de alguns críticos afirmarem que a ação dos missionários prejudicaria a sobrevivência da cultura dos povos indígenas, os próprios índios que já foram convertidos e até se tornaram líderes cristãos em suas aldeias, contestam essa ideia.
“Eu sempre fui e continuo sendo índio, vivendo da mesma forma”, disse o pastor Jonas Reginaldo, da aldeia Limão Verde. Já o Pastor Edimar Pereira, que também é índio e líder de uma igrera na aldeia Córrego do Meio, apresenta um raciocínio muito simples, porém, muito coerente:
“Apresentar o Evangelho é um risco para a sociedade indígena, mas ter uma antena parabólica, não?”, questiona.