O islamismo vem pondo em prática um plano maciço de consolidação como a maior religião do planeta, e estudiosos estimam que em poucas décadas isso será concretizado. O cenário mais próximo é a islamização da Europa, e nesse ponto, o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, é um personagem central.
Conhecido por ser um muçulmano fervoroso, Erdogan seria o principal articulador de um novo califado, que funcionaria na contemporaneidade como uma federação de países islâmicos que imporia, acima das leis civis, a sharia, criando uma potência econômica e militar respeitável, e potencializaria as ações de difusão do islamismo mundo afora.
Em recente discurso, Erdogan criticou a tentativa das alas progressistas da sociedade ocidental que tentam criar uma categoria de muçulmanos extremistas: “O Islã não pode ser dividido em moderado ou não moderado”, disse, na última quinta-feira, 09 de novembro, no Simpósio da Organização para a Cooperação Islâmica, em Ancara, Turquia.
A intenção do presidente turco é transformar seu país em uma teocracia, repetindo o modelo do Irã. Nesse contexto, ele repudia o conceito de “islamismo moderado” que a grande mídia ocidental tenta fazer crer ser existente. Para ele, isso seria uma forma de “enfraquecer o islã”, segundo o portal RT.
As declarações tem um efeito mais imediato: rebater a postura do princípe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que vem tentando aliviar as exigências legais de seu país como forma de transformar a nação em um exemplo de “islamismo moderado”. “Nós nos empenharemos para retornar ao que fomos: um Islã moderado aberto a todas as religiões do mundo”, afirmou Salman, ao revogar a medida que proibia as mulheres de dirigirem na Arábia Saudita.
No entanto, além da questão relacionada à Arábia Saudita, a postura de Erdogan é um reclado claro ao mundo: o islamismo é radical, inflexível e será imposto às sociedades que fraquejarem diante de suas convicções.
A fala durante uma reunião da Organização Para a Cooperação Islâmica é um exemplo disso, já que a entidade, criada em 1969, tem grande representatividade, pois reúne 53 países muçulmanos com objetivos diversos, entre eles, conquistar a “liberação da ocupação israelense a região onde fica a mesquita de Al-Aqsa”, que pode ser entendido como a expulsão dos judeus de Jerusalém.
Radicalismo
Um exemplo de que a postura considerada extremista no islamismo é, na verdade, a prática real da religião está na Nigéria, onde o grupo militante Boko Haram luta para exterminar o cristianismo do país.
Dentre as centenas de episódios que podem ilustrar essa situação está o caso mais recente, quando um grupo de militantes massacrou nove cristãos em uma emboscada na aldeia Rim, no último dia 07 de novembro, de acordo com informações do portal Morning Star News.
“Estamos entristecidos novamente por mais um ataque aos membros da nossa igreja. Nós continuamos a ser forçados a lamentar a morte de alguns dos nossos membros por nenhuma causa justa. Seja como for, nossa fé depende de Jesus Cristo, nosso Salvador”, afirmou o pastor Dacholom Datiri, presidente da Igreja de Cristo nas Nações (COCIN).