A relação entre Estados Unidos e Israel foi reforçada desde que Donald Trump foi eleito presidente do país, e tomou a iniciativa de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, sintetizou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, em uma visita a Washington. Em seu discurso, destacou que a “fonte” da amizade entre as duas nações é a Bíblia Sagrada.
Netanyahu participou da conferência anual do Comitê Israelense-Americano de Assuntos Públicos (AIPAC), realizada na capital norte-americana. Na ocasião, falou sobre a convivência delicada entre Israel – a única democracia do Oriente Médio – e os países vizinhos, todos com maioria muçulmana.
O premiê foi fortemente aplaudido ao afirmar que o compartilhamento de valores bíblicos sustentava a amizade entre EUA e Israel, assim como a fé em Deus: “[Esses princípios] vêm de um certo livro – um ótimo livro, chamado Bíblia […] Ele diz que todos nós somos criados à imagem de Deus”, afirmou.
“Esses valores são uma parte inseparável da história da América. São parte inseparável da história de Israel. E queremos escrever um novo capítulo de nossa história – uma história de liberdade, de justiça, de paz e de esperança”, acrescentou Netanyahu.
Sem deixar passar a oportunidade, citou a decisão inédita tomada pelo presidente norte-americano: “É especialmente bom estar na capital dos EUA agora que Jerusalém foi reconhecida como a capital de Israel. Obrigado, presidente Trump, por essa decisão histórica”, disse o primeiro-ministro sob os aplausos do público presente.
Em seguida, disse trazer “boas notícias”, informando que “o exército israelense nunca foi tão forte” em sua capacidade de defender o próprio território, e que a economia do país continua próspera.
Benjamin Netanyahu, entretanto, destacou também o que considerou “más notícias” da região, apontando para o mapa do Oriente Médio e destacando uma área que estaria sob “a influência iraniana”.
“As trevas estão tomando a nossa região”, disse o primeiro-ministro, fazendo alusão à região pintada de preto no mapa, que cobria os territórios da Síria, Iraque, Faixa de Gaza, Iêmen e Líbano. Ele acrescentou que tropas iranianas estão se espalhando em diversos pontos ao longo da fronteira com Israel, já tendo construído bases militares no sul da Síria, visando um confronto.
Destacando que Israel possui laços diplomáticos com 160 países do mundo, Netanyahu voltou a lamentar o acordo nuclear das potências ocidentais com o Irã, assinado em 2015 com apoio e influência do ex-presidente norte-americano Barack Obama, pois o regime teocrático do Irã continua desenvolvendo mísseis nucleares.
“Devemos parar o Irã e pararemos o Irã”, urgiu, antes de elogiar a disposição de Trump em rever o acordo. Ao final, se mostrou otimista: “Em breve, os países que não têm relações com Israel vão ficar isolados”, concluiu Netanyahu, segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN).