Um imã que se entregou a Jesus revelou que, durante seus como sacerdote islâmico, descobriu que o próprio Alcorão revela a divindade do nazareno, e assim, ele decidiu que pregaria o Evangelho.
Mario Joseph nasceu na Índia, e quando sua mãe, muçulmana, estava grávida, os médicos a diagnosticaram com uma grave infecção no útero. No entanto, a devoção falou mais alto e ela recusou. “Os médicos tentarem fazer com que ela matasse o bebê (eu), mas como uma boa devota de Alá, não aceitou o conselho deles”, explicou.
De acordo com o relato de Mario, em meio à crise da gravidez, sua mãe orou: “Alá, a ti pertence a vida, por isso eu sei que só tu podes dar e tirar a vida. Se deres vida a este bebê, te entregarei este bebê”.
A história de Mario Joseph foi narrada pelo pastor, jornalista e missionário Mark Ellis, do portal God Reports. Quando era criança, Mario sempre ouviu em casa que seu nascimento foi um milagre, mas o voto que sua mãe fez teve consequências indesejadas. “Como eu fui consagrado a Alá, meus pais não me colocaram na escola normal. Minha infância foi muito ruim”, relembrou.
Matriculado em um colégio muçulmano aos oito anos, ele foi preparado desde cedo para se tornar um imã, um sacerdote de uma congregação islâmica. Após cerca de 10 anos de estudo, ele atingiu esse objetivo.
Na mesquita, Mario pregava que Jesus Cristo não é Deus: “Para mim, Alá era o único deus e como ele nunca se casou, não haveria possibilidade de ele ter filhos. Por isso eu pregava que Jesus não era Deus”, contou.
Essa postura funcionou até o dia que alguém perguntou “quem é Jesus?”. A busca por uma resposta embasada levou o imã Mario Joseph a pesquisar a fundo, apesar da certeza que tinha que Jesus não era Deus.
O estudo exaustivo do Alcorão se tornou uma obsessão do jovem imã: “Quando li com calma, achei o nome do profeta Maomé em quatro passagens do Alcorão, mas o nome de Jesus está em 25 passagens”, afirmou. A partir de então começou a se perguntar: “Por que o Alcorão fala mais o nome de Jesus que o de Maomé?”.
Mario também ficou ingrigado com outra questão: o único nome de mulher citado no Alcorão é o de “Mariam”, ou seja, Maria, a mãe de Jesus. Daí em diante, encontrou passagens do livro sagrado do islamismo referindo-se a Jesus como “Palavra de Deus” e “Espírito de Deus”. Em uma delas, surge “Jesus Cristo”, que significa “ungido”, “enviado”.
“O Alcorão menciona Jesus curando um cego de nascença e um homem com lepra. Curiosamente, também diz que Jesus ressuscitou os mortos, que foi para o céu, que ainda está vivo e que virá novamente”, destacou Mario, que se deu conta que Maomé nunca curou nenhum doente nem ressuscitou mortos. “Ele morreu. De acordo com o Islã, não está vivo e não voltará”.
Dessa forma, ainda sem se entregar ao Filho de Deus, o imã concluiu que Jesus era um profeta maior que Maomé, o que o levou a procurar seu mestre no colégio islâmico: “Como Alá criou o universo?”, questionou, recebendo a resposta de que o universo foi criado “através da palavra”.
“Essa palavra é o criador ou a criação?”, insistiu Mario, que já estava com um segundo raciocínio engatilhado: “Se meu professor disser que a Palavra é o Criador, então Jesus é o Criador, e os muçulmanos deveriam ser cristãos. Se ele disser que a Palavra é a criação, então como Deus criou a Palavra?”.
Irritado, o professor se deu conta que estava preso a uma lógica que não poderia controlar. “Ele ficou muito bravo, me empurrando para fora da sala, disse: ‘A palavra não é o Criador nem a criação, agora saia daqui’”.
Enxotado, Mario chegou em casa e abriu o Alcorão de forma aleatória, e o trecho que surgiu foi a Surata 10, cujo verso 94 diz: “Porém, se estás em dúvida sobre o que te temos revelado, consulta aqueles que leram o Livro antes de ti”. Ele sabia que “o Livro” era a referência às Escrituras Sagradas do cristianismo.
Confuso, ele fez uma prece a Alá: “Diga-me o que devo fazer, pois o Alcorão diz que Jesus ainda está vivo e que Maomé está morto. Em quem devo acreditar?”.
A mudança
Estudando a Bíblia, Mario alcançou um ponto de estudo sem volta: “Eu decidi estudar a Bíblia e fui ao Centro de Retiro Divino”, contou, lembrando da leitura do Novo Testamento.
Logo no primeiro versículo do Evangelho de João, em árabe, ele recebeu um choque: “No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus”.
“Então o Alcorão Sagrado diz que Jesus é a Palavra de Deus, agora a Bíblia Sagrada também diz que Jesus é a Palavra de Deus”, concluiu.
Quando chegou no versículo 12 recebeu um segundo impacto. “Aquela foi uma palavra tão linda para mim. Dizia que Jesus dá a todos que o recebem o poder de se tornarem filhos de Deus”.
Ele também ficou fascinado pelo ensinamento de Jesus sobre a oração, que começa com a palavra Abba (pai). “Não consigo expressar minha alegria sempre que chamo meu Deus de pai e sempre que penso que o Criador do universo é meu pai, fico com uma alegria que não consigo expressar… está além da minha experiência… é uma experiência que não posso explicar”.
Quando o poder da Palavra e do Espírito Santo tocou seu coração, o imã exclamou: “Eu preciso de Jesus, porque quero ser um filho de Deus e chamar meu Deus de ‘pai’”.
Família
Consagrado a Alá pela mãe, o imã estava longe de casa há muito tempo. Enquanto se dedicava aos estudos da Bíblia Sagrada, os membros da mesquita achavam que ele estava com a família, e seus pais, que ele estava na mesquita. Uma hora os dois lados descobriram que Mario não estava em nenhum dos locais. “Quando eles se comunicaram, começaram a procurar por mim em todos os lugares”.
A reação de seu pai foi violenta quando soube que seu filho estava frequentando um local de estudos cristãos. “Meu pai chegou lá e me espancou até eu ficar inconsciente”, relembrou.
Quando Mario despertou do espancamento, estava trancado em um pequeno quarto: “Eu estava completamente nu. Minhas mãos e pernas estavam presas com muita força. Já não conseguia falar porque havia pó de pimenta em minha boca, nariz, olhos e em todas minhas feridas, para me causar ainda mais dor”, relatou.
O pai de Mario acreditava que estava obedecendo ao Alcorão, que estabelece punições para quem se afasta do islamismo. “Eles não me deram comida nem água. Dentro de poucos dias eu fiquei desidratado e meus lábios racharam. Eu estava tentando lamber um pouco de sangue para molhar a garganta, quando meu irmão passou urina na minha boca. Ele disse que aquele era o castigo para quem acredita em Cristo”.
O castigo durou 20 dias, até que Mario desmaiasse novamente, dessa vez por fraqueza. “Meu pai entrou e removeu as amarras. Viu que eu não estava acordado. Mesmo assim, me enforcou com bastante força para saber se eu ainda vivia. Quando fez aquilo, eu não consegui mais respirar. Ao abrir meus olhos, vi uma grande faca na mão dele”.
“Chegou a sua hora”, disse o pai. “Se você disser que precisa de Alá, vou deixar que você viva. Se disser que precisa de Jesus, eu vou te matar”, acrescentou. Mario sentiu-se acuado, pois conhecendo seu pai, sabia que não era um blefe.
“De repente, uma luz brilhou em minha testa. Algo caiu sobre mim e houve uma espécie de choque elétrico. Senti algo passando por minhas veias. Eu não conseguia me controlar, havia tanta energia em mim. Puxei a mão do meu pai e gritei ‘Jesus!’”, contou Mario, que viu seu pai cair no chão, por cima da faca.
“Em seu peito havia uma grande ferida e ele sangrava. Saia algum tipo de espuma de sua boca e ele começou a gritar”. Os familiares se assustaram e correram para ver o que estava ocorrendo, relatou Mario: “Eles achavam que meu pai estava morto. Levaram ele para o hospital na mesma hora. Quando saíram, esqueceram de trancar meu quarto pelo lado de fora”.
Essa era a oportunidade de escapar do cativeiro. Mario, então, disse que saiu da sala ainda sentindo aquela “explosão de energia sobrenatural”, vestiu as roupas de seu pai e saiu. Quando parou um táxi que passava pela rua, fez sinal e descobriu que o motorista era cristão. Na conversa, ele relatou o que havia acabado de passar e o taxista decidiu pagar-lhe uma refeição e levá-lo para outra cidade.
“Naquele dia, entendi que Jesus está vivo. Eu sei que ele está presente em todos os lugares”, disse o agora ex-imã. Mesmo com toda a perseguição, Mario Joseph prega o Evangelho há quase 20 anos, fazendo campanhas em diferentes lugares do Oriente Médio: “Meu Jesus está vivo e Ele está me protegendo”.
“Se você me perguntar como me tornei cristão, não foi por causa de meu pai, minha irmã, nem alguma figura religiosa. Foi o Alcorão Sagrado que me levou ao cristianismo”, concluiu.