A tragédia angolana em que dezesseis pessoas foram mortas na virada de ano durante um evento chamado O Dia do Fim, organizado pela Igreja Universal do Reino de Deus, continua causando repercussão.
Como resultado das investigações sobre as causas das mortes, chegou-se à conclusão da superlotação do estádio em Luanda, onde o evento era realizado e a tomada de uma medida governamental que determinou a suspensão das atividades da denominação no país e o fechamento dos templos (foto), junto com outras igrejas neopentecostais.
Porém, o jornal O País, um dos maiores veículos de comunicação de Angola, critica a denominação pelo silêncio adotado pela Igreja Universal do Reino de Deus a respeito da tragédia.
“Apesar de ter sido um fato amplamente veiculado em todo o mundo, a tragédia de Luanda não foi noticiada pelos canais de informação da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), tendo esta congregação religiosa passado ao largo do problema. No site ‘iurdangola.net’ a tragédia, também conhecida como ‘O Dia do Fim’, evento que esta igreja realizou a 31 de Dezembro de 2012, não faz nenhuma menção, numa clara falta de respeito pelas pessoas que morreram no infausto acontecimento, pelos sobreviventes e suas famílias. E o assunto é tratado como fato que não aconteceu”, critica o jornal, em matéria publicada em seu site.
O jornal destaca ainda que mesmo com todo o rebuliço em torno das mortes em Luanda, a Universal repercutiu em seu site voltado aos fiéis angolanos, o depoimento de dois pais que perderam uma filha na tragédia da boate em Santa Maria, Rio Grande do Sul, aqui no Brasil.
No site Arca Universal, a denominação reforça que em Angola, “mesmo diante do fechamento da Igreja pelas autoridades locais, o povo permanece clamando nas portas dos templos”.
A matéria ignora os motivos que levaram o governo angolano a suspender as atividades da denominação e ressalta apenas, o trabalho que a igreja realiza no país.
“Há muitos anos a Universal vem trabalhando de forma incessante em favor do povo angolano, vítima de inúmeras mazelas sociais e conflitos civis. A igreja tem sido o refúgio para pessoas de todas as classes sociais do país. Infelizmente, esse trabalho se encontra impossibilitado de ser feito dentro dos templos, que receberam a ordem do governo de fechar suas portas. Por conta disso, muitos que encontraram socorro na Universal da Angola estão chorando na frente das igrejas, por serem impedidos de professar sua fé em um culto, como de costume”, frisa o texto no site da Universal.
O jornal O País ainda destaca que no site, as ligações com temas da Universal em Angola não estão funcionando: “Alguns links com referência a Angola não estão a abrir, o que leva a crer que estes fatos estejam relacionados com os acontecimentos verificados em Luanda e que ditaram a suspensão da IURD”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+