O colunista da revista Veja, Augusto Nunes, publicou um artigo intitulado “A bancada dos evangélicos governistas decidiu que ladroagem não é pecado”, criticando a atuação dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica.
Segundo Nunes, “a bancada evangélica no Congresso não perde chance de mostrar que é muito mais temente a Deus que qualquer papa”, pois estariam preocupados com temas como aborto e kit anti-homofobia, mas não protestam contra casos de corrupção, segundo ele.
No artigo, Augusto Nunes ironiza os políticos evangélicos e suas preocupações: “mantêm sob intenso bombardeio a legalização do aborto, os jogos de azar, os símbolos religiosos e outros sintomas de idolatria, os comerciais de cigarro, o kit gay, o casamento homossexual, o adultério, os decotes ousados e outras perfídias tramadas por Satanás”.
Em protesto, Nunes destaca os casos ignorados, segundo sua visão, pelos parlamentares da bancada evangélica: “O assalto aos cofres públicos, a corrupção institucionalizada e impune, a gula das quadrilhas federais, a compra e venda de votos, os contratos de aluguel, as coalizões cafajestes e outras delinquências de que até Deus duvida são contemplados pelos evangélicos governistas com a tolerância dos cúmplices por ação ou omissão. Não é por falta de tempo que jamais combateram a ladroagem. O que falta é vergonha”.
Confira abaixo, a íntegra do artigo:
A bancada evangélica no Congresso não perde chance de mostrar que é muito mais temente a Deus que qualquer papa. No momento, com o ânimo beligerante de quem se alistou nas hostes do Senhor antes de deixar o berçário, senadores e deputados federais combatem o consumo de bebida alcoólica durante os jogos da Copa de 2014.
Simultaneamente, mantêm sob intenso bombardeio a legalização do aborto, os jogos de azar, os símbolos religiosos e outros sintomas de idolatria, os comerciais de cigarro, o kit gay, o casamento homossexual, o adultério, os decotes ousados e outras perfídias tramadas por Satanás.
A extensa lista de pecados só não inclui os cometidos de meia em meia hora pelos congressistas associados ao poder central.
O assalto aos cofres públicos, a corrupção institucionalizada e impune, a gula das quadrilhas federais, a compra e venda de votos, os contratos de aluguel, as coalizões cafajestes e outras delinquências de que até Deus duvida são contemplados pelos evangélicos governistas com a tolerância dos cúmplices por ação ou omissão. Não é por falta de tempo que jamais combateram a ladroagem. O que falta é vergonha.
Fonte: Gospel+