O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, anunciou uma medida polêmica que provocou críticas nas redes sociais. Ele comunicou a liberação de R$ 750 mil, por meio da Secretaria Estadual da Cultura, para auxiliar o financiamento da Parada Gay no estado paulista.
De acordo com Tarcísio, a Parada Gay seria importante pois tem por objetivo promover a não discriminação contra o público LGBT+, a “conscientização” da sociedade como um todo e, portanto, combater “preconceito”.
“A gente está hoje no dia que foi dedicado ao combate ao preconceito à população LGBTQIA+. Essas paradas são importantes pois despertam a consciência para que a gente tenha uma sociedade cada vez mais tolerante”, declarou o governador.
Tarcísio reforçou o seu argumento em prol da liberação de verba pública, dizendo que o preconceito contra o público LGBT+ deve ser eliminado da sociedade. Ele, contudo, não especificou qual seria, de fato, a diferença entre preconceito e opinião, algo que tem gerado embate entre conservadores e progressistas.
“Por isso, o governo do estado vai entrar, vai patrocinar, tem um recurso destinado ao financiamento dessas paradas, de maneira que a gente possa extinguir, eliminar de uma vez por todas da nossa sociedade, o preconceito”, disse Tarcísio.
Críticas
Quem lida com o ativismo do movimento LGBT+ há anos sabe que eventos como a Parada Gay estão longe de se resumir à promoção do respeito entre as pessoas de perspectivas diferentes.
Os críticos argumentam que, na realidade, a iniciativa tem por objetivo atacar o contraditório, promovendo uma visão de mundo de forma impositiva e em muitos casos ofensiva, com práticas e declarações agressivas no tocante aos valores judaico-cristãos.
A jornalista Fernanda Salles, por exemplo, lembrou episódios onde participantes da Parada Gay chegaram a simular sexo ao som de música evangélica, enquanto outra simulou a crucificação de Jesus Cristo, fazendo uma associação profana da morte do Messias com supostos casos de homofobia, segundo o Observatório.
“É pela tolerância, sim”, ironizou Salles ao comentar a decisão de Tarcísio, repercutindo um vídeo da Parada. Outros também criticaram o uso da verba pública para financiar um movimento controverso que não reflete os anseios da maioria do eleitorado do governador, eleito com o apoio de evangélicos e conservadores em geral.
“Não deveria ser trabalho de um governador do Estado liberar dinheiro para a Parada Gay. Essa é a prioridade dos nossos impostos? Absurdo”, criticou uma influenciadora com mais de 300 mil seguidores no Instagram.