Há um ano, o ex-cantor gospel Jotta A anunciou que estava iniciando um processo para se tornar uma “mulher trans”, e agora surge um vídeo nas redes sociais em que o processo cirúrgico é narrado de forma romantizada.
“Essa vai ser realmente a minha cirurgia mais profunda, vamos se dizer, e eu estou muito feliz. Eu acho que a leitura de gênero é a coisa mais importante antes de você fazer qualquer procedimento cirúrgico”, introduziu Ella, seu novo nome social.
“A leitura de gênero quer dizer você se olhar no espelho e você se sentir bem com o seu gênero, como você vai se expressar, com quais roupas você se sente mais confortável, como você gostaria que seu corpo se comportasse. E eu acho que antes de chegar em uma conclusão de quais cirurgias eu poderia fazer, acho que o legal foi isso”, acrescentou.
Em sua conta no Instagram, uma imagem mostra seu novo documento de identificação, com o nome Ella Viana de Holanda. Jotta A era uma referência a José Antônio, seu nome de batismo. Na legenda, um pedido: “Call me by name, Ella” (“me chame pelo nome, Ella”, em tradução do inglês).
No vídeo em que a cirurgia é abordada não há detalhes sobre o procedimento: “É difícil a gente falar de si mesma, né? Eu não diria que sou uma mulher bonita para não encher minha própria moral. Mas eu me acho uma mulher corajosa, eu acho que a coragem deixa qualquer pessoa bonita, atraente”.
A infância
“Como eu disse, a leitura de gênero pode se manifestar desde quando você é criança. Eu, por exemplo, quando criança, já me olhava e me imaginava de uma maneira, e agora eu estou podendo realizar isso. Então, eu me vejo de uma maneira além do que eu já sou. O melhor é você se sentir bem consigo mesma”, afirmou.
Crescer em um lar cristão, em uma família humilde, foi descrito como algo negativo: “Como eu cresci na igreja, eu me privava muito de me autoconhecer. Eu tinha toda aquela questão de conservadorismo ao meu redor, que me impedia de me vestir, de me expressar. Mas aí, quando mamãe saía, eu botava um lenço na cabeça, o salto dela, e me divertia em casa, sozinha”.
“Tudo isso gera impacto nas nossas vidas porque são lembranças que para sempre vão ficar, de como foi o processo de cada coisa. Hoje, eu estou vivendo uma fase de ser livre, de sair do casulo, mas jamais eu posso me esquecer de todo aquele momento de aprisionamento e ao mesmo tempo de escola, de você aprender – mesmo não tendo um cabelo, uma roupa que você quer – já se sentir como mulher. Eu acho que essa questão de você ser mulher não tem a ver com como você se expressa, somente, mas como você se sente”, teorizou.
Sobre as mudanças, os objetivos são ambiciosos: “Eu acabo de fazer uma transição, não apenas na minha vida pessoal, mas na profissional também. Eu comecei em um segmento totalmente diferente do que eu estou seguindo hoje. Foi muito bom para mim, para amadurecimento profissional. E hoje o que eu quero é levar minha arte adiante para impactar outras pessoas”.
Confira o vídeo, compartilhado pela página Assembleianos de Valor, em que Ella, ex Jotta A, fala sobre a cirurgia:
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